JornalDentistry em 2024-8-09
A periodontite é iniciada pela disbiose do microbioma oral. As bactérias patogénicas provocam respostas imunitárias ineficazes, que danificam os tecidos circundantes e levam à inflamação crónica.
Embora os tratamentos atuais visem tipicamente a erradicação microbiana, não conseguem abordar a importância das reações das células imunitárias na progressão da doença
A equipa liderada por Song Li, da Universidade da Califórnia, procurou pequenas moléculas como candidatos a medicamentos e identificou um antibiótico bifuncional, a azitromicina (AZM), que não só inibe o crescimento bacteriano, como também modula as células do sistema imunitário para suprimir a inflamação. Desenvolveram ainda um adesivo de microagulha solúvel carregado com micropartículas biodegradáveis para distribuição local e indolor de AZM aos tecidos gengivais.
O estudo está publicado na revista Med-X.
As citocinas inflamatórias diminuíram enquanto as citocinas anti-inflamatórias e os macrófagos M2 aumentaram com os tratamentos AZM in vitro. A administração in vivo do adesivo de microagulha carregado com AZM demonstrou os mesmos efeitos na secreção de citocinas e na promoção da cicatrização dos tecidos e da regeneração óssea.
Além disso, as micropartículas contendo interleucina-4 anti-inflamatória isoladamente ou em combinação com micropartículas de AZM formuladas separadamente tiveram resultados terapêuticos semelhantes ou ligeiramente melhorados, respetivamente.
A ação bimodal do AZM elimina a necessidade de agentes antibacterianos e imunomoduladores separados, proporcionando uma abordagem prática e simplificada ao tratamento clínico. A utilização de um sistema de administração de microagulhas aumenta a administração dirigida e indolor do agente terapêutico ao tecido gengival.
A dupla ação do AZM na supressão do crescimento bacteriano e na modulação das respostas imunitárias demonstra o seu potencial como estratégia terapêutica abrangente para a periodontite. Estas descobertas fornecem uma base para futuras investigações e abrem potencialmente o caminho para o desenvolvimento de novas e eficazes opções de tratamento para esta doença oral prevalente e para as doenças inflamatórias crónicas.
Fonte: Shanghai Jiao Tong University Journal Center / MedicalXpress
Fonte: Unsplash/CCO Public Domain
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