JornalDentistry em 2024-10-16
Investigadores do INRAE desenvolveram uma boca artificial para reproduzir e compreender melhor o processamento de alimentos moles.
Imagem 3D do sistema in vitro: a língua move-se graças a 3 cavidades insufláveis e desinfláveis. Crédito: INRAE – Alejandro Ávila-Sierra
O dispositivo baseia-se em dados anatómicos recolhidos na Fujita Health University e tem uma língua de silicone que se contrai através de ar comprimido para imitar os movimentos da língua humana. Os resultados foram publicados no dia 15 de outubro na revista Scientific Reports.
Com o aumento da população mundial e o envelhecimento demográfico, um dos desafios para a indústria alimentar é conseguir oferecer produtos inovadores que satisfaçam as necessidades das pessoas que sofrem de patologias relacionadas com a idade, como a sarcopenia ou problemas de salivação ou deglutição.
Os actuais modelos in vitro nem sempre reproduzem com precisão a anatomia dos movimentos da boca ou da língua e, por isso, são de ajuda limitada no desenvolvimento de alimentos adaptados às necessidades específicas das diferentes populações.
Neste contexto, investigadores do INRAE e os seus homólogos japoneses da Fujita Health University colaboraram para conceber a primeira boca artificial com uma língua que pode ser programada para simular as contracções e movimentos observados in vivo. A língua é feita de silicone concebido para reproduzir a elasticidade, molhabilidade e aspereza da língua humana. Inclui três cavidades que podem ser insufladas e desinfladas por ar comprimido para reproduzir com precisão os movimentos observados em humanos através de imagens de ultrassons.
Esta tecnologia de ponta foi testada com três alimentos moles disponíveis no mercado: uma sobremesa cremosa, uma mousse de chocolate e um fondant de chocolate. Os bolos alimentares obtidos com a boca artificial foram muito semelhantes aos dados in vivo recolhidos em participantes saudáveis, em termos de firmeza, propriedades adesivas e coesivas e viscosidade.
Este dispositivo é um novo trunfo para estudar a dinâmica do processamento oral dos alimentos, e os investigadores já começaram a trabalhar para incluir a mastigação em projetos subsequentes.
Fonte: INRAE - National Research Institute for Agriculture, Food and Environment / MedicalXpress
Foto: INRAE – Alejandro Ávila-Sierra
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