O JornalDentistry em 2020-1-16

ARTIGOS

Cancro: Pode a testosterona melhorar a qualidade de vida dos pacientes?

A caquexia caracteriza-se pela perda de massa corporal - incluindo atrofia muscular - e é acompanhada por fraqueza e fadiga graves. Muitas pessoas com cancro sofrem disso.

Efeitos da caquexia em doente oncológico

Estudos confirmam  que aproximadamente metade de todos os pacientes com cancro sofrem de  caquexia, prejudicando gravemente a sua qualidade de vida.

Parece ser responsável pela morte de 22% dos pacientes com cancro.

O que causa exatamente  essa condição que aparece apenas nalguns pacientes,  permanece incerto e as opções para gerir e resolver este problemas são escassas.

Recentemente os pesquisadores da University of Texas Medical Branch  em Galveston, liderados pela Dra. Melinda Sheffield-Moore, Departamento de Saúde e Cinesiologia - começaram a investigando o potencial da administração de testosterona além da quimioterapia com fim de melhorar o impacto da caquexia.

“Esperamos demonstrar que esses pacientes com cancro e que recebem tratamento com testosterona começam a  sentir-se suficientemente bem  para sair da cama e pelo menos conseguirem ter alguma qualidade de vida básica que permita cuidar de si próprios e fazer a  terapia oncológica. "— Dr. Melinda Sheffield-Moore

As descobertas desta equipa de  pesquisadores,  publicadas no Journal of Cachexia, Sarcopenia and Muscle, confirmam que a administração de testosterona a indivíduos com caquexia pode, de fato, melhorar a sua qualidade de vida em certa medida, restaurando alguma atividade de movimento.

Testosterona mostra potencial como adjuvante terapeutico

A abordagem  amplamente usada para gerir a caquexia é a base de tratamentos com  nutrientes especiais, mas geralmente falham em impedir ou corrigir a perda de massa corporal.

A Dra. Sheffield-Moore e a sua equipe decidiram investigar o potencial da testosterona com base no conhecimento existente de que essa hormona pode ajudar a aumentar a massa muscular.

“Nós sabíamos que a testosterona constrói músculo esquelético em indivíduos saudáveis”, diz ela, “então tentamos usá-lo numa população com alto risco de perda muscular, para que esses pacientes pudessem manter seu status de força e desempenho para poder receber o padrão terapêutico contra o cancro. ” 

Para testar essa teoria, os cientistas trabalharam durante 5 anos com voluntários diagnosticados com carcinoma espinocelular, que é um tipo de cancro de pele. 

Os pacientes receberam quimioterapia, radioterapia ou ambos, a fim de tratar o cancro. Durante 7 semanas e durante o tratamento, alguns receberam também um placebo (controle), enquanto outros receberam testosterona. 

Sheffield-Moore e os colegas observaram que os participantes que receberam testosterona  mantiveram a massa corporal total e aumentaram a massa corporal magra (massa corporal menos gordura corporal) em 3,2%. 

Os pacientes randomizados para o grupo que recebeu testosterona como um adjuvante do seu padrão de quimioterapia e / ou tratamento com radiação também demonstraram atividade física melhorada. 

“Os pacientes sentiram-se bem o suficiente para se levantar e cuidar de algumas das suas atividades básicas da vida diária, como cozinhar, limpar e tomar banho", diz Sheffield-Moore.

Esse efeito pode fazer muita diferença para as pessoas com cancro, pois permite-lhes  mantenham mais autonomia. 

Atualmente, a  equipa, procura descrever os proteomas musculares de pacientes com cancro (totalidade de proteínas encontradas nos músculos esqueléticos)  para entender como o cancro em geral, e especificamente a caquexia, afeta a sua composição. 

Segundo ao Dra. Sheffield-Moore, "o que o proteoma nos diz é quais as proteínas específicas nos músculos esqueléticos que foram afetadas positiva ou negativamente pela testosterona ou pelo cancro, respetivamente". 

"Isso permite-nos começar a investigar os mecanismos potenciais por trás da caquexia do cancro", afirma . 

O objetivo final dos cientistas é serem capazes de apoiar indivíduos com probabilidade de sofrer de caquexia, continuando a apoiar o tratamento padrão do cancro e mantendo, tanto quanto possível, sua qualidade de vida. 

 

 

 

 

Fonte Medical News Today

Autor: Maria Cohut

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