Doença mental e saúde oral

Um estudo que examinou transversal e longitudinalmente a associação saúde mental-saúde oral foi apresentado na 52ª Reunião e Exposição Anual da AADOCR, realizada em conjunto com a 47ª Reunião Anual do CADR.

A Reunião e Exposição Anual da AADOCR/CADR aconteceu no Oregon Convention Center, em Portland, de 15 a 18 de março de 2023.

O estudo, liderado por Alex Kalaigian, da Escola de Medicina Dentária da Universidade da Califórnia em São Francisco, obteve dados autorrelatados do Estudo de Avaliação Populacional de Tabaco e Saúde (PATH). O Global Appraisal Individual Needs-Short Screener (GAIN-SS) mediu os sintomas de saúde mental de acordo com três categorizações de transtornos: internalização, externalização e uso de substâncias. Foram avaliadas seis condições de saúde oral: autoavaliação da saúde oral, sangramento gengival, dentes soltos, perda dentária, doença gengival e perda óssea. Uma análise transversal dentro do PATH Wave 4 (2016-2018, N=30.753) comparou a prevalência ponderada por inquérito de seis resultados de saúde oral de acordo com a gravidade dos problemas de saúde mental. Prospectivamente, os resultados de saúde oral do PATH Wave 5 (2018-2019) foram avaliados de acordo com problemas de saúde mental da Onda 4 (N=26.177). Modelos de regressão logística ponderados por inquérito controlados para fatores de confusão (idade, sexo, consumo de tabaco, etc.) com imputação para valores em falta.

Transversalmente, todos os seis resultados adversos de saúde oral demonstraram uma maior prevalência estatisticamente significativa sobre o aumento da gravidade dos problemas de saúde mental. Por exemplo, as chances ajustadas de perda óssea ao redor dos dentes foram 1,79 vezes maiores [IC95% 1,30-2,46] em categorias altas versus nenhuma/baixa de problemas internalizantes. Longitudinalmente, as associações com problemas externalizantes e de uso de substâncias se dissiparam em grande parte, mas múltiplas associações com problemas internalizantes persistiram. Por exemplo, as chances ajustadas de sangramento gengival foram 1,40 vezes maiores [IC95% 1,22-1,62] em categorias altas versus nenhuma/baixa de problemas internalizantes.

O estudo concluiu que os provedores devem esperar níveis mais altos de doença oral entre os pacientes com condições adversas de saúde mental. Independentemente de problemas externalizantes e de uso de substâncias, os sintomas de problemas internalizantes são um fator de risco plausível de saúde oral adversa futura. Estes resultados podem informar as comunidades médica e dentária no diagnóstico e tratamento de indivíduos que sofrem de doença mental.

Esta pesquisa foi apresentada como parte da apresentação da Interactive Talk, "Examine Mental Health and Oral Health: A Nationally Representative Cohort", que ocorreu na sexta-feira, 17 de março de 2023, às 8h30 (horário de Brasília) durante a sessão "Fatores Psicológicos para a Saúde Bucal" das 8h às 9h30.

Fonte: International Association for Dental Research