JornalDentistry em 2024-6-24
A Investigação revela uma ligação fundamental entre as bactérias orais e o aparecimento do cancro do pâncreas em ratinhos.
O seu estudo investiga a intrincada relação entre a microbiota oral, nomeadamente Porphyromonas gingivalis, e a aceleração do desenvolvimento do cancro do pâncreas, oferecendo perspetivas cruciais sobre deteção precoce, prevenção e potenciais vias terapêuticas.
O adenocarcinoma ductal pancreático (ADP) tem sido associado à presença de Porphyromonas gingivalis, uma bactéria anaeróbia prevalente conhecida por sua associação com doença periodontal. Aproveitando pistas epidemiológicas, a equipe do Prof. Nussbaum embarcou em uma jornada para elucidar o potencial da P. gingivalis na condução da progressão do cancro de pâncreas.
Sua pesquisa envolveu um exame abrangente da translocação de P. gingivalis da cavidade oral para o pâncreas usando modelos de ratos. Ao introduzir a bactéria em ratos geneticamente modificados predispostos ao ADP, a equipa descobriu provas convincentes de desenvolvimento acelerado de cancro.
Os principais resultados do estudo indicam que P. gingivalis viável foi encontrada no pâncreas de ratos saudáveis após a aplicação nas gengivas, e a exposição prolongada causou alterações no pâncreas, afetando seu equilíbrio microbiano. Além disso, a aplicação oral de P. gingivalis acelerou a progressão de anormalidades pancreáticas precoces para cancro de pâncreas em ratos com uma mutação genética específica.
A pesquisa também mostrou que essa mutação genética ajudou a P. gingivalis a sobreviver dentro das células, e as bactérias apoiaram a sobrevivência das células do cancro do pâncreas mesmo quando as condições eram difíceis. As descobertas do Prof. Nussbaum e da sua equipa enfatizam uma ligação direta entre P. gingivalis e o desenvolvimento de cancro pancreático em ratinhos, oferecendo uma visão significativa sobre como esta doença progride.
"O estudo sublinha a importância de considerar a saúde oral na compreensão e no combate ao cancro do pâncreas", afirma o Prof. Gabriel Nussbaum, investigador principal do Instituto de Investigação Biomédica e Oral. "Ao explorar o papel de bactérias como a P. gingivalis, não estamos apenas a lançar luz sobre potenciais fatores de risco, mas também a descobrir novas vias de intervenção e tratamento."
As descobertas sugerem que há uma possibilidade real de que a doença gengival possa estar ligada ao risco de cancro do pâncreas, enfatizando como as bactérias afetam diretamente essa ligação. Há potencial em focar em bactérias dentro das células como uma forma de reduzir o risco de câncer de pâncreas ou melhorar os tratamentos existentes para ele. Estes conhecimentos abrem caminhos para futuras investigações e podem conduzir a estratégias mais eficazes para prevenir e tratar o cancro do pâncreas.
Fonte: MedicalXpress / Hebrew University of Jerusalem
Foto: Unsplash/CCO Public Domain
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