O JornalDentistry em 2020-10-02

ARTIGOS

Neutrófilos sacrificam-se para aumentar a resposta imunológica aos vírus

Uma nova pesquisa publicada na revista Nature Immunology descreve como diferentes células do sistema imunológico trabalham juntas, comunicam-se e no caso das células denominadas neutrófilos causam a sua própria morte para ajudar a combater infeções.

Seja gripe ou coronavírus, pode levar vários dias para o corpo aumentar uma resposta eficaz a uma infeção viral.

Os resultados da pesquisa podem ter implicações importantes para o desenvolvimento de vacinas e terapias antivirais. 

"O sistema imunológico consiste em vários tipos diferentes de células, todas agindo em coordenação", disse Minsoo Kim, Ph.D., professor de Microbiologia e Imunologia da University of Rochester Medical Center (URMC) e autor sénior do estudo. "Essas descobertas mostram que as células chamadas neutrófilos desempenham um papel altruísta importante que beneficia outras células do sistema imunológico, fornecendo recursos essenciais para sua sobrevivência e, no processo, aumentando a resposta imunológica do corpo contra um vírus." 


Os neutrófilos são um componente-chave do sistema imunológico inato, a parte das defesas do corpo que está sempre ligada e alerta para invasores bacterianos e virais. A grande maioria das células brancas que circulam no sangue são neutrófilos e, como resultado, essas células são as primeiras na cena a responder a uma infeção. No entanto, os neutrófilos não estão totalmente equipados para eliminar uma ameaça viral por si próprios. Em vez disso, quando o trato respiratório é infetado com um vírus como a gripe ou COVID-19, um grande número de neutrófilos corre para o local da infeção e liberta sinais químicos. Isso desencadeia a produção de células T especializadas, que fazem parte do sistema imunológico adaptativo do corpo, que é ativado para produzir uma resposta mais direta a infeções específicas. Uma vez mobilizadas em quantidades suficientes, um processo que normalmente leva vários dias, essas células T têm como alvo e fim, destruir as células infetadas.
O novo estudo, realizado em ratos infetados com o vírus da gripe, mostra que, além de impulsionar a resposta imune adaptativa, os neutrófilos têm mais uma missão importante que exige que se sacrifiquem. Conforme as células T chegam ao local da infeção, os neutrófilos iniciam um processo chamado apoptose, ou morte controlada, que liberta grandes quantidades de uma molécula chamada fator de crescimento epidérmico (EGF). O EGF fornece às células T o impulso extra de energia necessário para terminar o trabalho.
"Este estudo representa uma importante mudança de paradigma e mostra que o sistema imunológico adaptativo não gera uma resposta bem-sucedida sem instrução e ajuda do sistema imunológico inato", disse Kim. "As descobertas revelam, pela primeira vez, como diferentes células do sistema imunológico trabalham juntas e até se sacrificam para atingir o mesmo objetivo de proteger o hospedeiro da infeção viral."
Kim e seus colegas apontam que esta nova compreensão de como o sistema imunológico funciona abre a porta para novos métodos potenciais para intervir e otimizar a colaboração entre diferentes células imunológicas durante a infeção viral. Esses esforços podem levar a vacinas e terapias antivirais mais eficazes para infeções respiratórias como a gripe e o Covid-19

 

Fonte: MedicalXPress/Nature Immunology

Autor:   Mark Michaud,  University of Rochester Medical Center

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