O JornalDentistry em 2018-3-25

ARTIGOS

Perda dentária na meia idade e o risco de doença coronária

De acordo com uma pesquisa preliminar apresentada na Epidemiology and Prevention da American Heart Association, a perda de dois ou mais dentes na meia-idade está associada ao aumento do risco de doenças cardiovasculares.

Segundo o  o autor do estudo Lu Qi, Ph.D., professor de epidemiologia na Universidade de Tulane. em Nova Orleans, estudos têm mostrado que problemas de saúde oral, como doença periodontal e perda dentária, estão relacionados a inflamação, diabetes, tabagismo e consumo de dietas menos saudáveis. Pesquisas anteriores também descobriram que os problemas de saúde oral estão associados a um risco elevado de doença cardiovascular, mas a maioria dessas pesquisas analisou a perda cumulativa de dentes ao longo da vida, que frequentemente inclui dentes perdidos na infância devido a cáries, trauma e ortodontia. A perda dentária na meia-idade está mais relacionada à inflamação, mas não está claro como esta perda dentária tardia possa influenciar o risco de doença cardiovascular . 

Num esforço de pesquisa colaborativa entre a Tulane University School of Public Health and Tropical Medicine and Harvard T.H. Chan School of Public Health, Qi e os colegas analisaram o impacto da perda de dentes em grandes estudos de adultos, com idades entre 45 a 69 anos, em que os participantes relataram sobre o número de dentes naturais que tinham, e num questionário de acompanhamento, relataram perda dentária recente. Os adultos nesta análise não tiveram doença cardiovascular quando os estudos começaram.

 Os pesquisadores estudaram prospetivamente a ocorrência de perda dentária durante um período de oito anos e acompanharam uma incidência de doença cardiovascular entre pessoas sem perda de dentes, um dente perdido e dois ou mais dentes perdidos entre 12 e 18 anos. 

Concluíram: 

• Entre os adultos com 25 a 32 dentes naturais no início do estudo, aqueles que perderam dois ou mais dentes apresentaram um aumento de 23% no risco de doença cardiovascular, em comparação àqueles sem perda dentária. 

• O aumento do risco ocorreu independentemente da qualidade da dieta relatada, atividade física, peso corporal e outros fatores de risco cardiovascular, como pressão alta, colesterol alto e diabetes. 

• Não houve um aumento notável no risco de doença cardiovascular entre aqueles que relataram a perda de um dente durante o período do estudo. 

• O risco de doença cardiovascular entre todos os participantes (independentemente do número de dentes naturais no início do estudo) aumentou 16% entre aqueles que perderam dois ou mais dentes durante o período do estudo, em comparação com aqueles que não perderam nenhum dente. 

• Adultos com menos de 17 dentes naturais, versus 25 a 32, no início do estudo, eram 25% mais propensos a ter doença cardiovascular. 

Além de outras associações estabelecidas entre saúde oral e risco de doença, as descobertas da investigação sugerem que adultos de meia-idade que perderam dois ou mais dentes no passado recente poderiam estar sob maior risco de doença cardiovascular. Isso é independente do número de dentes naturais que uma pessoa tem como adulto de meia-idade, ou se eles têm fatores de risco tradicionais para doenças cardiovasculares, como má alimentação ou pressão alta. 

QI acha que com o conhecimento de que a perda de dentes na meia idade pode sinalizar um risco elevado de doenças cardiovasculares, os adultos podem tomar medidas para reduzir o risco. 

Uma limitação do estudo foi que os participantes auto referiram a perda de dentes, o que poderia levar a erro de classificação no estudo, de acordo com o Qi.

Fonte: ScienceDaily/American Heart Association

Artigo original SD: "Middle-aged tooth loss linked to increased coronary heart disease risk"

Recomendado pelos leitores

Composto químico responsável pelo mau hálito criado pela Interação entre duas bactérias orais comuns
ARTIGOS

Composto químico responsável pelo mau hálito criado pela Interação entre duas bactérias orais comuns

LER MAIS

O primeiro antibiótico de espectro estreito elimina com sucesso o Fusobacterium nucleatum, um agente patogénico da doença gengival
ARTIGOS

O primeiro antibiótico de espectro estreito elimina com sucesso o Fusobacterium nucleatum, um agente patogénico da doença gengival

LER MAIS

Fluxo Hormonal: a força invisível que afeta a saúde oral
ARTIGOS

Fluxo Hormonal: a força invisível que afeta a saúde oral

LER MAIS

Translate:

OJD 123 DEZEMBRO 2024

OJD 123 DEZEMBRO 2024

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.