O JornalDentstry em 2022-6-04
Hoje em dia, cáries e danos no esmalte são reparados por médicos dentistas com a ajuda de materiais de enchimento brancos sintéticos.
Não há alternativa natural a isto. Mas um novo modelo 3D com células estaminais dentárias humanas pode mudar isso no futuro.
Os resultados da pesquisa liderada pelo Professor Hugo Vankelecom e pela Professora Annelies Bronckaers da UHasselt foram publicados no Cellular and Molecular Life Sciences
Os nossos dentes são muito importantes em atividades do dia-a-dia, como comer e falar, bem como para a nossa autoestima e bem-estar psicológico. Há relativamente pouco conhecimento sobre os dentes humanos. Uma razão importante é que certas células estaminais dentárias humanas, ao contrário das dos roedores, são difíceis de crescer no laboratório.
A equipa da KU Leuven do Professor Hugo Vankelecom, em cooperação com a UHasselt, desenvolveu um modelo de pesquisa 3D com células estaminais de folículo dentário, um tecido membrana em torno de §dentes humanos não irrompidos.
"A vantagem deste tipo de modelo 3D é que reproduz de forma fiável as propriedades originais das células estaminais. Podemos recriar uma pequena parte do nosso corpo no laboratório, por assim dizer, e usá-lo como modelo de investigação", diz o professor Vankelecom. "Usando células estaminais dentárias, podemos desenvolver outras células dentárias com este modelo, como ameloblastos que são responsáveis pela formação do esmalte."
Material de enchimento biológico
Todos os dias, os nossos dentes são expostos a ácidos e açúcares de alimentos que podem causar danos ao esmalte. O esmalte não pode regenerar-se, o que torna necessária uma intervenção dentária. Este último tem de encher eventuais cavidades com materiais sintéticos. "No nosso novo modelo, conseguimos transformar as células estaminais dentárias em ameloblastos que produzem componentes de esmalte, o que pode eventualmente levar ao esmalte biológico. Esse esmalte pode ser usado como material de enchimento natural para reparar o esmalte dentário, explica a estudante de doutoramento Lara Hemeryck. "A vantagem é que, desta forma, a fisiologia e a função do tecido dentário são reparadas naturalmente. Além disso, haveria menos risco de necrose dentária, que pode ocorrer na superfície de contacto quando se utiliza materiais sintéticos."
Impacto em muitos sectores
Os médicos dentistas seriam capazes de ajudar os seus pacientes com este material de enchimento biológico. O modelo de células 3D também pode ter aplicações noutros sectores. Por exemplo, poderia ajudar a indústria alimentar a examinar o efeito de determinados produtos alimentares no esmalte dentário, ou nos fabricantes de pasta dentífrica para otimizar a proteção e o cuidado. "Além disso, queremos combinar este modelo com outros tipos de células estaminais dentárias para desenvolver ainda outras estruturas dentárias, e eventualmente um dente biológico inteiro.
Agora, concentrámo-nos em ameloblastos, mas o nosso novo modelo abre claramente várias possibilidades para mais pesquisas e inúmeras aplicações", conclui o professor Vankelecom.
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