O JornalDentistry em 2018-1-28
A época das festas, em particular o Natal e o início do novo ano, é pródiga em ações de beneficência.Apoiam-se os mais desprotegidos, dá-se espaço e visibilidade na comunicação social ao trabalho desenvolvido por instituições de caridade e solidariedade social e, sobretudo, cada um de nós tem a oportunidade de renovar o espírito através das boas ações que o ambiente desta época festiva tanto apela.
É por isso que não fiquei indiferente à carta que recebi no meu correio de uma associação internacional designada por Smile Train l Cleft Lip and Palate Children’s Charity. Esta é a instituição que dedica os seus dias a apoiar milhões de crianças em países subdesenvolvidos com fendas palatinas não tratadas, que apresentam sérias dificuldades em alimentar-se e ganhar peso, respirar, ouvir e falar.
Como se não bastasse, dadas as crenças reinantes, são crianças que vivem isoladas e são rejeitadas, insultadas, desprezadas, alienadase vistas como bruxaria ou erros da natureza, não tendo qualquer caminho a percorrer no seu desenvolvimento pessoal e social nessas comunidades.
Assim, através de um modelo sustentável em que “se ensina o homem a pescar, ao invés de lhe dar o peixe”, a Smile Train fornece formação, financiamento e os recursos necessários para capacitar os médicos locais de mais de 85 países para realizarem cirurgias de reparação de fendas palatinas.
Por conseguinte e com solidariedade transgeracional, esses médicos passam depois a treinar outros médicos criando um sistema sustentável a longo prazo. Os projetos futuros passam pela ortodontia, terapia da fala, tratamentos dentários generalistas e, sobretudo, educação para a saúde, tornando estas populações mais conscientes e tecnológicas e menos alicerçadas numa saúde e numa doença baseadas na magia.
Cada ação tem uma interdependência. Nenhum ato é isolado e tem consequências em tudo à nossa volta. Por detrás de cada gesto, neste caso por detrás de cada ato
clínico, existe sempre uma história e uma consequência.
Na página oficial do projeto na internet
encontram-se narrativas que merecem ser lidas. Desde a culpa do eclipse solar naquela noite no Paquistão, até ao irmão que teve de substituir o noivo no dia do seu
lentes que nos ajudam a pôr em perspetiva a vida privilegiada que, por vezes, nos esquecemos de agradecer e apreciar.
Para este novo ano, fica a sugestão de uma colaboração solidária de muito valor e organizada com qualidade.próprio casamento, estes são testemunhos com outras
lentes que nos ajudam a pôr em perspetiva a vida privilegiada que, por vezes, nos esquecemos de agradecer e apreciar.
Para este novo ano, fica a sugestão de uma colaboração solidária de muito valor e organizada com qualidade.
Texto: Fernando Arrobas, médico dentista fernando.arrobas@jornaldentistry.pt Ilustração: Diogo Costa dcosta_4@msn.com