O JornalDentistry em 2020-9-25
As doenças orais são ainda um grande problema de saúde pública global, com alta prevalência e grandes impactos negativos em indivíduos, comunidades e sociedade em geral.
André Brandão de Almeida. Médico dentista. Diretor do Serviço Odontopediátrico de Lisboa
Globalmente e segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 3,5 mil milhões de pessoas têm doenças orais de natureza crónica e progressiva, começando na primeira infância e progredindo ao longo da adolescência até à vida adulta.
As doenças orais podem ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas quando ficam comprometidas funções tão básicas como mastigação, fala ou sorriso e afetam desproporcionalmente os grupos mais pobres e marginalizados da sociedade, estando intimamente ligadas à condição socioeconómica e a determinantes sociais e culturais.
Esta situação tem um preço considerável para o país. Só o absentismo ao trabalho e à escola provocado pelos baixos índices de assistência ao nível da saúde oral, estima-se que represente, anualmente, uma perda de várias dezenas de milhões de euros.
As doenças orais são ainda um grande problema de saúde pública global, com alta prevalência e grandes impactos negativos em indivíduos, comunidades e sociedade em geral. Globalmente e segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 3,5 mil milhões de pessoas têm doenças orais de natureza crónica e progressiva, começando na primeira infância e progredindo ao longo da adolescência até à vida adulta.
As doenças orais podem ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas quando ficam comprometi- das funções tão básicas como mastigação, fala ou sorriso e afetam desproporcionalmente os grupos mais pobres e marginalizados da sociedade, estando intimamente liga- das à condição socioeconómica e a determinantes sociais e culturais.
Esta situação tem um preço considerável para o país. Só o absentismo ao trabalho e à escola provocado pelos baixos índices de assistência ao nível da saúde oral, estima-se que represente, anualmente, uma perda de várias dezenas de milhões de euros.
As doenças orais são ainda um grande problema de saúde pública global, com alta prevalência e grandes impactos negativos em indivíduos, comunidades e sociedade em geral. Globalmente e segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de 3,5 mil milhões de pessoas têm doenças orais de natureza crónica e progressiva, começando na primeira infância e progredindo ao longo da adolescência até à vida adulta.
As doenças orais podem ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas quando ficam comprometi- das funções tão básicas como mastigação, fala ou sorriso e afetam desproporcionalmente os grupos mais pobres e marginalizados da sociedade, estando intimamente liga- das à condição socioeconómica e a determinantes sociais e culturais.
Esta situação tem um preço considerável para o país. Só o absentismo ao trabalho e à escola provocado pelos baixos índices de assistência ao nível da saúde oral, estima-se que represente, anualmente, uma perda de várias dezenas de milhões de euros.
As respostas atuais em saúde oral pública são em grande parte inadequadas e desiguais deixando grandes franjas da população sem acesso a cuidados básicos de saúde oral.
Apesar de se ter assistido a uma evolução significativa na prestação de cuidados de saúde oral e reconhecido o esforço que tem vindo a ser desenvolvido, nos últimos anos, pelos sucessivos governos, no sentido de começar a resolver a lacuna existente ao nível da prestação destes cuidados, da literacia e da promoção da saúde oral no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS), há que ter a consciência da necessidade de definir uma estratégia global nesta área.
Por inúmeras razões e desde a sua criação, o SNS não incorporou a Medicina Dentária nos seus cuidados. Esta ausência resultou de vários erros de estratégia nas políticas de saúde que se foram multiplicando nas últimas décadas e que não importa aqui agora listar. Todas as autoridades de saúde e decisores políticos conhecem esta realidade, que há muito vem sendo ignorada, sendo necessária uma abordagem radicalmente diferente.
A este propósito, Richard G Watt escrevia na The Lancet em Agosto que a pandemia COVID-19 poderia potenciar uma oportunidade de reforma nos cuidados de Medicina Dentária.
De facto, a prestação de cuidados de saúde oral urge ser repensada. Decisores políticos, profissionais de saúde, pacientes, comunidades, organizações públicas, privadas e sociais, todos devem ser chamados. Alcançar essa convergência de esforços requer ousadia, evidências sólidas de eficácia da intervenção, políticas inovadoras e abertura a uma agenda de mudança a todos os níveis.
A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ao longo dos seus 522 anos sempre procurou respostas inovadoras em saúde. Em 1904 criou o Hospital de Sant’Ana, referência internacional na área da Ortopedia e Traumatologia. Em 1935, surgia o Instituto Médico Central e, em 1943, o Hospital Infantil de S. Roque. Em 1957, o inovador centro-piloto de Medicina no Trabalho. Em 1966, o Centro de Medicina de Reabili- tação de Alcoitão, reconhecido internacionalmente pelos cuidados em Medicina Física e de Reabilitação. Mais recentemente, em 2012 inaugura a Unidade de Saúde Maria José Nogueira Pinto, vocacionada para cuidados continuados e paliativos. Em 2013, cria as maiores bolsas para projetos em Neurociências desenvolvidos em Portugal, os Prémios Santa Casa Neurociências que representam um investimento anual de 400 mil euros, entre tantos outros equipamentos de saúde, ação social ou investigação. Finalmente, em 2019 é implementando um serviço de saúde oral, o Serviço Odontopediátrico de Lisboa (SOL) que pretende complementar o SNS e mostrar uma abordagem diferente ao enorme desafio que é mudar o paradigma de acesso aos cuidados de saúde oral.
Uma abordagem de promoção da saúde mais progressiva reconhecendo a importância de combater os determinantes sociais, políticos e culturais subjacentes à saúde oral.
Os objetivos e os princípios fundamentais do SOL são muito claros: Disseminar o conceito de saúde oral como um direito, com ênfase na atenção precoce, na prevenção da doença e na criação de hábitos saudáveis.
Para que a afirmação deste projeto fosse possível foram definidos vários princípios fundamentais: Garantir o acesso a todas as crianças e jovens, independentemente da sua condição económica ou social; Usar equipamentos, tecnologia e materiais de vanguarda; Garantir uma abordagem que procura alinhar as prioridades de saúde oral e saúde pública, aliando-as à educação, literacia e investigação; Possuir uma equipa dedicada, experiente, com conhecimentos sólidos, vocacionada para cuidados pediátricos, integrando uma carreira com estabilidade e condições para se sentirem motivados, estimulados e sobretudo felizes.
O investimento é grande, mas imensamente mais pequeno comparado ao que nos custará a todos se não passarmos do modelo reabilitador e restaurador para o modelo preventivo e de atenção precoce.
Se ao custo dos tratamentos adicionarmos os custos inerentes ao absentismo escolar e laboral, à subprodução no trabalho, à redução na capacidade de aprendizagem, à des- regulação de outras doenças, ao adiamento de cirurgias programadas por infeções orais agudas, à má recuperação pós operatória, aos problemas de socialização, à má nutrição pela dificuldade na mastigação ou ingestão de certos alimentos, entre outros, facilmente percebemos que o custo de deixar a doença seguir o seu trajeto será terrivelmente maior.
Um custo maior para o Estado, famílias, empresas, para a sociedade em geral e para o indivíduo em particular. Um custo que não é apenas financeiro. Um custo em saúde e em trajeto de vida. Um custo que tem e merece ser revertido. Na Santa Casa, com o SOL, estamos humildemente a contribuir para a alteração deste paradigma. É essa a nossa missão! Sempre, por boas causas