“Tesouraria …até quando?”

A investigação científica tem estado dedicada a analisar a transmissão do vírus através de aerossóis, quais os materiais de proteção mais adequados e qual é a melhor forma de tratar as urgências dentárias que vão surgindo neste cenário de guerra biológica.

Por outro lado, o efeito económico e financeiro da crise sobre as clínicas dentárias tem sido tratado mais com intuição do que com números. Pelas redes sociais e nas mensagens trocadas entre colegas, têm proliferado certezas de que as clínicas não vão conseguir fazer face aos seus compromissos, vão ter de despedir os seus funcionários e rapidamente se verão na necessidade de fechar portas. Será mesmo assim? Decidi, pois, dedicar-me a estudar este assunto.

De acordo com as boas normas da investigação científica para a criação e análise de cenários hipotéticos, é preciso considerar um conjunto de pressupostos.

São eles:

1) Em primeiro lugar, só se consideram nesta análise as clínicas dentárias e não os médicos dentistas que são trabalhadores independentes.

2) De acordo com os Quadros do Setor do Banco de Portugal relativos ao ano 2018, existiam 5476 empresas com o Código de Atividade Económica 86230 – Atividades de medicina dentária e odontologia em Portugal.

3) Para evitar fatores de confusão, só serão considerados os dados relativos a microempresas, que representam 97,2% da atividade (n=5324).

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— Crónica publicada na edição de abril de 2010 do "O JornalDentistry" em versão impressa e digital da autoria Fernando Arrobas, médico dentista

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