JornalDentistry em 2023-3-29
As discussões sobre este tema são mais que muitas, as perspetivas diferem baseadas em modelos teóricos e sem precisão
Aescolha, até prova em contrário, deveria ser “trabalhar melhor”. Esta abordagem está ligada a um universo que envolve as melhores práticas e, principalmente, as dinâ- micas que trazem conforto profissional e emocional a quem exerce as atividades.
É indispensável entender que “trabalhar melhor” não significa trabalhar menos. Existem diversas formas de trabalho que obedecem a essa máxima, que orientam a otimização dos procedimentos, priorizando a produtividade sem interferir no alcance da melhor solução.
Trabalhar com protocolos e rotinas predeterminadas permite uma diminuição no gasto de energia que fatalmente ocorre quando não temos métodos nítidos, lógicos e valida- dos técnica e cientificamente.
Fazer um checklist dá-nos a tranquilidade de atender com muito mais segurança. Minimizamos as nossas falhas e podemos concentrar-nos em elevar a qualidade.
“Trabalhar melhor” pode ser mais valorizado por quem recebe os serviços, pois o método e a eficiência são percebidos e saltam ao olhar até dos mais leigos.
O tempo é um fator determinante nos processos, com ele limitado a escolha fica “sub judice”. Tem de haver tempo suficiente para delinear todos os caminhos, corrigir rotas no durante, sobretudo quando isso se torna essencial para o resultado.
Atender oito pacientes por dia, sendo um a cada hora, ou atender quatro, um a cada duas horas, também não deter- mina o “muito “ou o “melhor”. Estes tempos são adaptados às exigências dos procedimentos.
O que defendo é que não se pode estar a trabalhar sem- pre no limite.
A expressão “trabalhar muito” está muitas vezes conotada com a ideia de maior faturação. O que é um conceito enganoso e que nos leva a maior parte das vezes a ter de repetir trabalhos, levando por isso a um novo custo embutido. Este último é descontado do “tal” aumento da receita.
Precisamos de considerar que, quando “trabalhamos muito”, a pressão mental em que nos encontramos, os riscos que corremos de não acertar e o desgaste físico são como um bónus invertido.
Ter a agenda sempre completa, sem momentos mor- tos, pode criar uma falsa ideia de procura de novas intervenções em casos que já deveriam estar concluídos, sem ressalvas.
“Trabalhar melhor” tem um sem número de vantagens sobre “trabalhar muito”, mas ainda é controverso e visto com muito preconceito.
Felizmente, as avaliações mais profundas acabam sempre por corroborar esta ideia.
Até à próxima.
Dr. Celso Orth - Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil. Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com