O JornalDentistry em 2021-10-21

CRÓNICAS

Entender ou não entender o paciente

O limiar de um encontro com uma pessoa desconhecida pode ser decisivo, pois irá ditar o rumo de uma possível convivência durante um tratamento. Seja este de curto, médio ou longo prazo.

A oportunidade de construir um relacionamento, através de uma elegante recolha de dados, escutando as necessidades que o cliente irá relatar e que supõe serem as prioridades a tratar. 
Sem esquecer que muitas vezes, existe um viés cognitivo entre o pensamento do paciente e o seu comportamento. Fica claro numa avaliação clínica que expõe o seu real estado. Sejam nos problemas dentários existentes, sejam nos cuidados com a higienização ou em sinais indicadores de outras disfunções. 
Importante salientar: as perguntas precisam de ser abertas para serem mais suscetíveis, estimulando a narrativa. Quando, como, porquê, onde, qual, e muitas outras podem ser maneiras de introduzirmos um diálogo produtivo. 
É necessário saber a razão principal que traz este paciente até nós. O motivo que determinou a sua decisão pode estar implícito na descrição registada que normalmente apresenta detalhes como desconfortos e insatisfações com o seu estado atual. 
Numa consulta inicial o tempo pode não ser suficiente para a interpretação precisa da realidade dos fatos. É essencial ter tempo para esta fase sem a pressão típica de resul- tados imediatos. Considere-se o tempo como fator determinante para estabelecer a confiança e dissipar dúvidas. 
Uma abordagem imprescindível é a condução responsável de uma anamnese relevante. Muito do que nos propomos a fazer, seja no diagnóstico, prognóstico ou planeamento, pode ter implicações no todo. Isto vai muito para além dos processos normais de perguntas e respostas. Rigor científico é a palavra chave na sua elaboração. Tem de se ter em conta a individualidade biológica e o sentimento de cada paciente. 
Todas as informações que colhermos nesta consulta farão a diferença no decorrer do tratamento. É preciso entender a sua importância no desenvolvimento de todas as ações 
ubsequentes, em particular saber se estão alinhadas com a expectativa do paciente. 
É importante valorizar a primeira consulta com o paciente, a sorte de estar no lugar certo à hora certa. Sim, é possível que se possa chamar sorte. Já a sorte poderia também ser descrita como estar na hora certa, longe do lugar errado. Longe do lugar onde não existem protocolos claros e comprometidos com a saúde do paciente. 
A arte está no cuidado, adjetivo que simboliza a proteção, que é o propósito de quem trabalha na área da saúde. 

 

Dr. Celso Orth  - Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil. 

Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com 

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