O JornalDentistry em 2022-7-31
Ao projetar uma receção, é necessário entender que essa área foi projetada para receber pessoas, é uma area de acolhimento, por isso precisa proporcionar um espaço con- fortável para todos.
Vamos dividir os elementos importantes em três temas.
1- Legislação
2- Ergonomia
3- Inclusão
1 – Legislação.
O Decreto-Lei n.o 163/2006 de 8 de Agosto do regime da acessibilidade aos edifícios e estabelecimentos que recebem público, via pública e edifícios habitacionais, mais especifi- camente no Capitulo 2 – Secção 2.12 — Balcões e guichés de atendimento:
2.12.1 — Nos locais em que forem previstos balcões ou guichés de atendimento, pelo menos um deve satisfazer as seguintes condições: 1) Deve estar localizado junto a um per- curso acessível; 2) Deve existir uma zona livre que permita a aproximação frontal ou lateral 3) Deve ter uma zona aberta ao público servindo para o atendimento com uma extensão não inferior a 0,8 m e uma altura ao piso compreendida entre 0,75 m e 0,85 m, em complemento a esta cessão temos ainda o Capitulo 4 – Percurso acessivel, que aborda de forma clara as medidas mínimas e máximas para permitir a aproximação, acesso e alcance de um pessoa de cadeira de rodas, sendo os itens mais importantes para entender as necessidades de quem está numa cadeira de rodas.
2 – Ergonomia
A receção deve ser dimensionada para proporcionar um bom ambiente de trabalho e aten- dimento, portanto, a parte da mesa utilizada para o trabalho da rececionista deve atender às seguintes orientações:
– As dimensões do tampo devem permitir uma área de trabalho suficiente para armazenar todos os materiais necessários.
– Os elementos usados com frequência devem ser colocados na faixa ideal de alcance, enquanto os elementos menos usados devem ser mantidos afastados.
– Os cotovelos dos trabalhadores devem estar sensivelmente acima do seu tampo.
–O espaço livre entre a mesa e a cadeira deve permitir o movimento confortável das coxas(20cm a 30cm) e das pernas.
–O monitor deve ser colocado a aproximadamente 60cm do rosto do trabalhador. Se esti- ver a utilizar um portátil para uso da rececionista, devemos estar cientes de que o portátil
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força o usuário a se inclincar para frente, sem apoio lombar, encolher de ombros e alta com- pressão das estruturas moles do antebraço e punho. Por isso, tinha que ser em um suporte regulável em altura, usando um segundo teclado e rato externos localizados no suporte da mesa, permitindo que todas as partes do corpo adotassem uma postura mais neutra. Este método mantém as costas apoiadas e os ombros, pescoço e punhos em posição neutra; não há stress nas estruturas do antebraço e punho. A área de trabalho deve ser profunda o suficiente para segurar o monitor ou portátil por pelo menos 45cm e num ângulo apropriado.
–Os dispositivos mais utilizados (teclado, rato, telefone, garrafa de água) devem estar localizados na área de acesso correspondente.
Deixe espaço sob o tampo de trabalho para que possa mudar de posição e poses com frequência.
3 – Inclusão
Embora tenhamos um item que menciona uma legislação para tratar de medidas mínimas de acessibilidade, não se aprofunda o suficiente para entender que ao projetar áreas de receção temos que considerar todos aqueles que têm algum tipo de restrição temporária ou permanente. Porque o próprio recepcionista pode usar cadeira de rodas temporariamente ou ter visão parcial.
Pensando nisso, ao projetar um balcão, devemos ter atenção à cor do balcão, não só por questões estéticas, mas também funcionais, pois pessoas com algum tipo de deficiência visual devem perceber facilmente os móveis para evitar acidentes.
Precisamos entender que existem algumas pessoas com deficiência de perceção visual que precisam de atenção especial, então é preciso que haja um contraste de cores entre o piso, a parte de baixo do balcão e a parte de cima. A cor precisa ser considerada para atender o maior número de deficientes visuais, além dos exigidos pela legislação. Para isso, temos uma estrutura que nos ajuda a entender melhor a percepção de cores em pessoas com deficiência visual.
Portanto, antes de pensar em remodelar a sua clínica, entenda que há muitas coisas a serem observadas além da estética e que apenas profissionais especialistas na área estarão à vontade com questões legais e funcionais.n