Escrevo este editorial no Dia Mundial do Sorriso. Há quem diga que estes últimos anos têm sido de felicidade adiada. Ou, que eramos felizes e não sabíamos. Primeiro, veio a pandemia, depois a guerra, agora a recessão económica.
Na reentrada após o merecido descanso apetece-me trazer o tema da sustentabilidade. Sustentabilidade de recursos. De todas as categorias de recursos. Da energia, da água, da alimentação, do ser humano.
Às vezes custa-nos parar. Não digo abrandar, digo mesmo parar. Permitir-nos não fazer nada. Sem peso na consciência, sem sentir que estamos a desperdiçar tempo.
Em junho sinto que já começamos a fugir à rotina. Os congressos multiplicam-se procurando o bom tempo e aquele pressing final antes das férias, os dias ficam maiores e rendem mais, e os feriados abundam. Por mim, não me importava que alguns meses do ano fossem como junho.
Maio é o mês da mãe, das flores, de Maria e dos amores. Sempre gos- tei muito deste mês. Pelas razões anteriores, mas também porque é neste mês que comemoro o aniversário de três mulheres fundamentais na minha vida pessoal e profissional.
Abril é o mês da liberdade, da renovação e da esperança, por excelência. No mês em que se celebra a Páscoa e se renovam, qual folha em branco, as intenções e o propósito de cada um de nós, enquanto seres com livre-arbítrio, continuamos a assistir a atos desumanos sem qualquer arre- pendimento ou compaixão.
Hoje, sento-me ao computador para escrever este editorial, com o fantasma de uma nova ordem mundial, ou pior, de uma ameaça nuclear.
Imaginar o salto informático/digital que a sociedade deu nestes últimos 30/40 anos é assustador. Ganhei o meu primeiro computador, um Commodore 64 de disquetes, num concurso de televisão quando tinha 11 anos. Depois apareceram os spectrum e as cassetes de jogos.
“A verdadeira medida de um homem não se vê na forma como se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas em como se mantém em tempos de controvérsia e desafio.” Martin Luther King
Um relatório divulgado no inicio de janeiro de 2022, na revista The Lancet Public Health, conclui que em 2019 existiam 57 milhões de pessoas a viver com demência em todo o mundo.