A terminar o ano de 2018, ano em que a Ordem que representa a classe comemora 20 anos, não posso deixar de fazer esta reflexão. Os médicos dentistas, sinto, estão hoje mais credibilizados junto da opinião pública e junto dos seus colegas dentro de outras Ordens profissionais na área da saúde.
Tem havido um esforço conjunto para esta dignificação nos diferentes papeis que cada colega ocupou ou ocupa dentro das instituições e órgãos que nos representam.
A imparcialidade e a justiça nas decisões, na tomada de medidas, na implementação de ideias no terreno, são sempre extremamente difíceis de alcançar em todas as situações. Mas o debate de ideias, outra forma de ver os problemas, realidades, o conhecimento do que se passa à nossa volta, noutros países, noutras classe, noutras instituições normalmente contribuiu para aclarar das ideias e para a tomada de decisões mais fundamentadas.
Assim que me parece salutar, como numa democracia política, que em benefício da classe todos estejamos atentos e participativos, cada um no seu papel, pela dignificação da medicina dentária portuguesa. Os profes- sores, os alunos, os mestres, os membros de associações de estudantes, os órgãos sociais de sociedades científicas a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD. Todos nós, médicos dentistas, temos o direito de usufruir dessa dignificação e o dever de contribuir para ela.
Às vezes os períodos de contribuição mais ativa ou mais mediática com que o fazemos alternam com períodos de menos exposição. Às vezes a for- ma como o fazemos não sai das paredes do nosso consultório, mas dentro dessas é crescente a ética profissional e o constante esforço de atualização no benefício da qualidade da medicina dentária que prestamos. Às vezes o contributo passa pela docência, por uma sociedade científica, por uma publicação. Todas, penso, são formas válidas de dignificar a profissão.
E às vezes, como os colegas da especialidade de cirurgia oral que escrevem nesta edição do “Assim vai a...”, vale mais saber “quando não operar”, quando não intervir, quando não pertencer, quando não escrever, quando não opinar, quando não decidir. E esse é um desafio constante ao nosso ego enquanto seres humanos.
Por isso, aqui quero homenagear todos os colegas que ajudam todos os dias, todos os meses, todos os anos, a dignificar a medicina dentária portuguesa. Todos sem exceção. Os que impulsionam as ideias e as tiram do papel, mas também os que não escrevem “fakenews”.
Todos os que ativamente lutam pela classe, mas também os que não a armadilham. Todos os que ajudam a criar novos e melhores médicos dentistas e também aos que não destroem as ilusões dos que estão a começar. Um bem haja a nós!
Editorial publicado na edição impressa e
digital do "O JornalDentistry" de dezembro