O JornalDentistry em 2017-1-15

EDITORIAL

2017, um caminho “Minimamente Invasivo”

Sempre que um novo ano começa, a energia renova-se, as intenções avivam-se e a alma transfigura-se naquilo que mais desejamos para 2017! É com enorme orgulho e ainda maior responsabilidade que aceitei o convite para escrever este editorial, que lança mais um ano grande para “O JornalDentistry” e, espero, para a medicina dentária portuguesa.

Célia Coutinho Alves, DDS, PhD, Médica Dentista Doutorada em Periodontologia

 

Um ano que será de decisão sobre mais três especialidades dentro da medicina dentária que pretendem reconhecer clínicos de excelência em cada uma delas e, ao mesmo tempo, os incentiva a dedicarem (-se) a maioria do seu tempo clínico e de formação em prol da ciência e dos pacientes.


Um ano em que a procura pela formação pós-graduada parece estar a crescer imenso, e que centros de formação privados vão surgindo, cada vez mais, nesta demanda de mercado que pode significar que Bolonha, de facto, não trouxe mais-valias a uma profissão que tem uma grande componente técnica.
Um ano em que o “minimamente invasivo” veio para ficar. Seja na dentisteria estética adesiva ou na cirurgia plástica periodontal, seja na conservação do esmalte ou dos tecidos gengivais interproximais, a palavra de ordem para 2017 é “preservar”. Preservar esmalte para aderir, preservar osso para minorar o volume a reconstruir, preservar a raiz dentro do alvéolo, para que ela preserve o osso vestibular, preservar tecido da papila e tunelizar o enxerto gengival.
Um ano em que o “mais rápido” dará lugar ao “menos invasivo”. Em que o conforto do paciente será o que virá primeiro. O médico dentista do ano será eleito não entre os que fazem um procedimento em dois minutos mas entre os que o fazem, sob ampliação e com microinstrumentos, com resultados finais impercetíveis a olho nu, ou à captação de uma objetiva.
Um ano em que a imagem, a fotografia, atingiu o apogeu da resolução, do filtro, da exploração da luz com o objetivo, não só de captar o resultado do tratamento, mas de o transmitir como resultado de uma imagem. Um ano em que, espero, as imagens que veremos em congressos, cursos, artigos, sejam o resultado dos tratamentos e não o resultado da captação desses mesmos tratamentos.
Um ano em que a imagem estática, a fotografia, tendencialmente, dará lugar ao vídeo, à imagem em movimento, em que percebemos isso mesmo pelos “posts” no Facebook em que a vida (e por consequência o trabalho) será posta cada vez mais em direto. Será este ano de 2017 em que ou estamos em direto do nosso consultório (leia-se do nosso microscópio) ou não estaremos a trabalhar de todo?
Para O JornalDentistry, sinto que este ano de 2017 vai perpetuar o muito e excelente trabalho que já vem sido feito mas também anseio por uma “vida” ainda mais cheia de conteúdos, artigos e novidades.
Para mim, sinto que este ano de 2017 será também um ano de continuar projetos que resultam do trabalho na medicina dentária em geral e na periodontologia em particular, e ao mesmo tempo de ir abraçando novos desafios à medida que o universo se organiza para que se possam ir concretizando. A direção desta revista é, sem dúvida, um dos mais aliciantes de 2017! Conto convosco!

 

 

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