O JornalDentistry em 2018-6-24
Arrisco-me a dizer que a palavra que mais vezes surge nestes últimos dois a três anos, associada à medicina dentária, dentes, reabilitação oral, estética dentária, cosmética oral, sorriso, alinhamento dentário, cirurgia de implantes, planeamento dentário ou diagnostico é a palavra DIGITAL!
Eu própria já a escrevi aqui neste espaço editorial muitas vezes, e se passarmos os olhos pelos diferentes artigos desta edição ela aparece transversalmente. Quando paro para refletir para onde caminha a medicina dentária, para onde vai para além da era digital, onde já está, per- cebo que o desafio passa agora pela intercomunicação. Não basta já ter os processos digitalizados, é preciso que eles estejam interconectados. A comunicação digital é a chave. A CONECTIVIDADE é a chave!
Não importa se tenho um iPhone, não importa se tenho a tecnologia, o que importa são as aplicações interrelacionais que tenho instaladas, a comunicação dentro do mundo digital que posso estabelecer. Transportando para a mundo da dentária, isso traduz-se na interrelação da aprendizagem e dos processos e, por isso, vemos como nunca anteriormente conferências conjuntas de médicos dentistas e técnicos laboratoriais de prótese, sociedades científicas que relacionam várias áreas da medici- na dentária sob a premissa da comunicação e interrelação de processos digitais. Não admira, pois, que o curso à saída da faculdade com maior taxa de empregabilidade seja, em 2018, a licenciatura em multimédia e tecnologia da comunicação.
Com esta reflexão, atrevo-me a arriscar que a medicina dentária evoluirá para clínicos mais interconectados nos seus processos digitais.
Sociedades científicas que se organizam sob a premissa de desenvolve- rem trabalho e know-how de base digital para o mundo real. Não duvido que as estruturas das faculdades, centros de formação em medicina dentária e clínicas de medicina dentária terão de saber integrar desde já profissionais com a valência de tecnologia da comunicação e estou segura que esta deve ser uma área obrigatória no programa pedagógico das instituições, das sociedades científicas e das empresas com responsabilidade na formação da medicina dentária portuguesa e internacional.
A inteligência emocional, a capacidade de nos relacionarmos com os outros e em equipa, o domínio da tecnologia digital e a capacidade de estarmos em constante COMUNICAÇÃO, dando e recebendo informação, é o desafio para os médicos dentistas do futuro. Depois é só treinar, treinar, treinar muito. Com a determinação dum CR7!
— Crónica publicada no "O JornalDentistry" de junho de 2018 - Edição digital e impressa