O JornalDentistry em 2016-11-24

EDITORIAL

Implantologia na medicina dentária: Realidade atual

Tenho exercido um contacto mais próximo com a medicina dentária de Portugal nos últimos 10 anos, através de cursos de formação que ministro, juntamente com outros docentes, na Clínica Maxillaris, em Leiria, e também ministrando palestras em alguns congressos na área de Implantologia.

Ivete A. De Mattias Sartori

Conheci nesse período vários professores, Faculdades e Cursos de Formação, tendo tido também contacto com alguns projetos de pesquisa, enquanto exercia o cargo de Coordenadora do Programa de Auxílio à Pesquisa da Neodent. Posso então dizer
que acompanhei nesses últimos anos a evolução do uso de implantes na prática clínica e na pesquisa nesse país. Observei que vem ocorrendo em Portugal uma evolução no uso de implantes, a técnica vem se firmando da mesma maneira que nos demais países da Europa e da América Latina. Assim sendo, fiquei feliz ao saber que foi aqui criada a SOPIO (Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração) presidida pelo Dr. Nuno Cruz. A forte adesão de sócios fundadores e o arranque promissor da SOPIO, mencionado pelo Dr. Nuno no editorial anterior, atesta a consciência que os Médicos Dentistas têm hoje a respeito da importância de atualizações constantes para a boa prática clínica.
A Implantologia tem provocado fortes mudanças na prática clínica da reabilitação oral, uma vez que oferece suporte para as próteses em áreas onde os mesmos haviam sido perdidos.
A possibilidade de repor elementos sem envolver preparos de dentes vizinhos tem
tido excelente aceitação por parte de profissionais e pacientes. A utilização de implantes em arcos totalmente edêntulos tem permitido a instalação de próteses fixas, em substituição das próteses mucossuportadas, com excelentes dados de acompanhamento, tanto em relação ao benefício que promove na qualidade de vida dos pacientes como em relação aos índices de sucesso de implantes e próteses. Tratamentos de menor custo envolvendo apenas a instalação de dois a quatro implantes para reter próteses totais mucossuportadas também oferecem grande ajuda e trazem altos índices de satisfação. Vários estudos atestam esses
benefícios. Desenvolvimentos continuam a ser descritos de maneira espantosamente rápida.
O que se busca, ou se discute, já não é mais a osseointegração em si, mas sim as técnicas reconstrutivas e maneiras de se conseguir reabilitar áreas atrésicas ou conseguir êxito empacientes com restrições ao procedimento devido a problemas de saúde geral. É gratificante ver pacientes a sorrir novamente e se alimentarem com segurança, sem mostrar sinais de preocupação com próteses instáveis. No entanto, é uma área que exige muito estudo e domínio técnico, como outras da Medicina Dentária. Assim, a necessidade de atualização profissional é indiscutível. Nesse cenário, vale refletir a respeito da importância dos periódicos, das sociedades científicas, dos cursos de formação e da conscientização profissional. Se cada
profissional fizer o seu melhor durante o planeamento, a execução e o acompanhamento dos casos reabilitados com implantes, a Implantologia cumprirá, de maneira cada vez melhor, o seu papel reabilitador. Aí está a nossa grande responsabilidade. O cenário atual de desenvolvimento talvez nos indique que estamos no caminho certo. Então, sigamos em frente procurando estar melhores preparados a cada dia.

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