O jornalDentistry em 2018-5-22
Estes são momentos empolgantes e desafiadores no ramo da medicina dentária. O filósofo grego Heráclito é citado como tendo dito que “a mudança é a única constante na vida”. As mudanças na nossa área parecem estar a chegar cada vez mais e mais rápido
Em meados da década de 1990, a maioria dos consultórios possuía computadores, mas ainda se registava e prescrevia em papel. Mais de duas décadas depois, os médicos dentistas enfrentam crescentes desafios numa era digital, robótica e tridimensional. Agora, mais do que nunca, é vital que o médico e toda a equipa tenham uma visão clara do que precisa ser feito para que a prática funcione a um nível ideal.
O papel do diretor clínico evoluiu. Além da prática clínica e do atendi- mento direto ao paciente, acumula também o papel de gestor, de líder, de formador, de coach. Na função de gestor, temos de conhecer os números e ter um roteiro para o crescimento sustentado.
No entanto, o crescimento a curto e longo prazo de uma clínica começa com a fundação, com a “cultura do negócio”. Ainda que seja um termo difuso, um modo mais claro de pensar em cultura é a personalidade do negócio - não necessariamente o que está a ser feito (procedimentos ou sistemas), mas como a equipa o faz.
Conhecer os passos específicos é apenas cerca de 20% da resposta aos desafios da prática clínica. Os outros 80% estão relacionados com fatores como a equipa de trabalho e como ela se relaciona e produz em conjunto, implementando os seus sistemas ou procedimentos, e o modo como ela é guiada nas funções de líder e coach. Por mais tentador que seja mergulhar nas estratégias de números, marketing e eficiência, ter esse conhecimento significa muito pouco se não tivemos toda a sua equipa a bordo. Este é o maior desafio, quando se trata de crescimento contínuo e sustentável da prática privada em medicina dentária.
O líder terá que dar à sua equipa uma ideia clara de quais são as expetativas, os procedimentos e de como se comportam na prática. Os membros mais bem-sucedidos da equipa têm três caraterísticas comuns: são adaptáveis, responsáveis e cooperáveis. Nesta era digital do “fazer rápido” e planear no espaço, há que colocar o foco de concentração em como queremos que a equipa seja, e não no que queremos que a equipa faça.
Assim, na edição deste mês, a rubrica “Assim vai a implantologia...” dá voz a excelentes exemplos de líderes, gestores e coaches dentro desta área da medicina dentária, que também com o seu vislumbre e audácia foram capazes de colocar a implantologia portuguesa ao mais alto nível e de inovar a cada passo. E que lideram equipas para que “sejam” cada vez melhores a “fazer” medicina dentária.
— Editorial da edição de maio de 2018 do “O JornalDentistry” em versão impressa e digital