O JornalDentistry em 2018-2-21
Nesta edição de Fevereiro d’O JornalDentistry volta- mos à rubrica “Assim vai a...”, dedicada desta vez à área da reabilitação oral. É por excelência a área que integra várias técnicas com o objetivo de restabelecer a função e estética dentárias de cada paciente.
Célia Coutinho Alves, DDS, PhD, médica dentista doutorada em periodontologia, Diretora do “O JornalDentistry”
E no seu conceito mais lato acaba por encerrar todos os trata- mentos que nós, médicos dentistas, planeamos e exe- cutamos com o objetivo último de restituir ou melhorar a saúde oral dos nossos pacientes.
É também, talvez, a que exige uma abordagem mais multidisciplinar e com recurso muitas vezes a uma equi- pa vasta de clínicos a intervir para o resultado final. Atrevo-me mesmo a dizer que os clínicos que se dedicam preferencialmente a esta área são maestros dentro da medicina dentária. São diagnosticadores por excelência e orquestradores dum plano de tratamento integrado. Chamam muitas vezes as áreas de especialidade que podem ajudar ou necessitam de intervir nesse plano de tratamento e terminam muitas vezes o caso com reabilitações cuidadas e integradas. Estão presentes antes, durante e no fim de todo o processo do tratamento dentário. São por isso também maestros nos timings de intervenção de cada área dentro do plano de tra- tamento e aqueles que “entregam” aos pacientes aquilo que eles veem ao espelho.
Afinal aquilo pelo que vieram à consulta, o motivo pelo qual nos procuraram: os dentes. Novos, brancos, naturais, alinhados, saudáveis, funcionais, perfeitos. Atrevo-mo a dizer que quem se dedica à reabilitação oral dedica-se à área mais complexa e exigente da medicina dentária. Não falo tecnicamente, mas pela necessidade de dominar todas as outras áreas. Para saber, antes de mais, diagnosticar antes de tratar e delegar o tratamento que não dominamos controlando todo o tratamento, antevendo o resultado final e comprometendo-nos com ele perante o paciente. Um bom reabilitador oral tem de ser, antes de mais, um bom médico dentista.
Por tudo isto acredito, como já tive ocasião de escrever noutros editoriais, que a tecnologia digital tem tido a sua expressão máxima de aplicação nesta área, nos dentes, na arte e ciência de “fazer” dentes. Mas assim como a tecnologia ajuda o Homem, a tecnologia necessitará sempre do Homem. Assim como já um sintetizador imita um conjunto de instrumentos a tocar e substitui uma banda mas necessita dum Homem por detrás a criar, a controlar, a comandar a máquina, também a criatividade e o saber do médico dentista são imprescindíveis para orquestrar a reabilitação oral por mais digital que seja o seu workflow.