O JornalDentistry em 2016-10-14
As sociedades científicas desempenham um papel ímpar nas mais diversas áreas de estudo. Têm uma presença mundial, enquadradando-se na realidade e dinâmica científicas de cada país.
Nuno Cruz, Médico Dentista, Presidente da SOPIO, Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração
Entre 2010 e 2012, realizou-se um projeto curioso em Portugal (SOCSCI – Sociedades Científicas na Ciência Contemporânea) com o objetivo de compreender qual o papel que desempenhavam as sociedades científicas na ciência contemporânea nacional. Das 371 sociedades científicas recenseadas na altura, 109 diziam respeito às ciências médicas e da saúde, um setor de grande importância como os números o demonstram. Este estudo, cuja leitura recomendo (http://www.socsci.ics.ul.pt/), proporciona-nos um conjunto de dados estatísticos sobre as principais atividades das diversas associações, ao mesmo tempo que nos ajuda a compreender o lugar das mesmas nos mais diversos planos da sociedade, do sistema da ciência e tecnologia, das disciplinas científicas específicas, das carreiras dos cientistas e da própria investigação científica.
Tendo em conta o contexto no qual se pretende edificar, como nasce então uma sociedade ou associação científica em Portugal? - Na minha opinião, resulta da união de quatro pilares essenciais que se complementam: o conhecimento profundo do enquadramento nacional e internacional, objetivos bem definidos a curto, médio e longo prazo, homens e mulheres fortemente motivados detentores de um espírito crítico construtivo e, por último, a viabilidade financeira da estrutura que, habitualmente, não tem fins lucrativos. Este último pilar que como uma consequência natural dos três primeiros.
Assim nasceu a SOPIO, Sociedade Portuguesa de Implantologia e Osteointegração, uma associação que não é mais do que o reflexo da importância que a implantologia dentária tem hoje no panorama da Medicina Dentária.
Da ideia ao papel e deste à criação da comissão instaladora foi invulgarmente rápido. Com a nomeação dos órgãos sociais e a forte adesão de sócios fundadores o arranque da SOPIO não podia ser mais promissor. Construímos os nossos pilares, cabendo a esta direção fortalecê-los. Os projetos são muitos e a vontade de os concretizar ainda maior. Contudo, temos consciência que não podemos dispersar energias, o que nos obriga a ser metódicos e a ponderar cada passo de forma a que este seja firme e acompanhe a evolução científica, profissional e da própria sociedade civil. A constante evolução dos conceitos biológicos, biomecânicos e cirúrgicos na Implantologia Dentária gera a necessidade de uma atualização clínica e académica quase ininterrupta por parte dos médicos dentistas e médicos estomatologistas.
A SOPIO trabalhará com e para todos os colegas, conjugando esforços com outras instituições e sociedades científicas que connosco queiram alcançar objetivos comuns.
As sociedades científicas serão sempre um veículo fundamental de complemento na formação, na divulgação, no incentivo ao estudo e à partilha do conhecimento em Portugal e nomundo. Hoje, mais do que nunca, precisamos de uma classe profissional unida em torno do que realmente interessa: o domínio da ciência em prol dos nossos pacientes.
Este é, seguramente, o maior dos desafios
Mais informações: www.sopio.pt geral@sopio.pt.