O JornalDentistry em 2018-9-24
O XXV Congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia decorreu entre os dias 20 e 22 de setembro sob o tema de ortodontia de excelência. Temas como a estética, o tratamento em idades precoces de forma a minorar as anomalias em vida adulta, a utilização de implantes na prática ortodôntica e a ortodontia integrada com a evolução digital e com a cirurgia ortognática estiveram em destaque
Dra. Ana Paula Amorim, Presidente do XXV Congresso
O XXV Congresso da Sociedade Portuguesa de Ortodontia escolheu o tema de “Ortodontia de Excelência” para os dois dias de palestras nacionais e internacionais que tiveram lugar na Ordem dos Médicos do Porto entre os dias 20 e 22 de setembro. Depois de uma pré-abertura, no dia 20, com um curso ministrado por Tomás Castellanos, ortodontista colombiano dirigente do renomado grupo The Power of Smile, a sessão solene de abertura do vigésimo quinto congresso da SPO destacou a importância da formação contínua dos seus profissionais, através da partilha de conhecimentos, para a internacionalização da ortodontia nacional e para a sua aproximação a patamares de excelência.
Numa mesa encabeçada pela Dra. Ana Paula Amorim, Presidente do XXV Congresso, lado a lado com o Dr. Armando Dias Silva, Presidente da Sociedade Portuguesa de Ortodontia, Dr. Serafim Freitas, da Direção do Colégio da Sociedade de Estomatologia, Dra. Maria Cristina Pollmann, da Associação Portuguesa de Ortodontia, e Dr. Pedro Pires, vice-presidente da Ordem dos Médicos Dentistas, o consenso foi claro: “aquilo que nos une é a paixão pela ortodontia”. Nestas primeiras declarações houve sinais de otimismo, como aqueles demonstrados pelo Dr. Serafim Freitas ao afirmar que o Ministério da Saúde foi sensível às questões da Ordem dos Médicos que tutela o sector e que isso traz uma promissora visão de futuro: “diferenciar a especialidade e preparar a estomatologia para as décadas que se avizinham é um processo que está a avançar.”
Mas também sinalizaram-se algumas preocupações, nomeadamente pela voz do Dr. Pedro Pires. “Nos últimos anos, por diversos factores, temos vindo a assistir a um nivelamento por baixo no ensino nas nossas faculdades, o que se repercute na pouca preparação dos seus recém-formados para o exercício da actividade clínica.” A quantidade exagerada de alunos que entram nas faculdades de medicina dentária e a redução dos anos de licenciatura em função do processo Bolonha foram algumas das razões apontadas para essa generalizada falta de preparação, o que leva o vice-presidente da Ordem dos Médicos Dentistas a reforçar a importância de encontros onde se promova a formação contínua dos seus associados, como aquele que decorre neste Congresso.
Em declarações ao O JornalDentistry, a Dra. Ana Paula Amorim voltou a mostrar-se satisfeita com o bom ambiente vivido neste congresso, onde a partilha de práticas e conhecimentos está no centro do convívio que junta cerca de 230 profissionais nos dois dias do evento. Sobre a evolução da Ortodontia em Portugal ao longo dos últimos 25 anos, a Presidente do XXV Congresso fez uma retrospetiva de um tempo em que a ortodontia começou de uma forma “extraordinariamente arcaica, em que tudo o que eram aparelhos e tratamentos eram feitos manualmente por nós”, passando pelo aparecimento de bons laboratórios, aparelhos pré-fabricados até à actual era digital, onde o tratamento começou a ser feito de uma forma muito individualizada: “conseguimos ter aparelhos específicos e feitos quase à medida de cada doente.”
Sobre o poder do sorriso nas relações inter-pessoais e profissionais, a Dra.Ana Paula Amorim não tem dúvidas que a percentagem de sucesso dessas mesmas relações depende muito do sorriso: “hoje em dia o sorriso condiciona muito as pessoas, nos seus empregos e na sua vivência social. Obviamente que não é só o sorriso, mas também o alinhamento e a beleza”, salientando igualmente que o número de adultos que tem recorrido a tratamentos ortodônticos tem vindo a aumentar, “porque agora as pessoas sabem que podem melhorar a sua aparência e bem-estar.”
Referindo-se à excelência e aos cuidados que não podem ser descorados na prática médica, a Especialista em Ortodontia pela Ordem dos Médicos Dentistas não tem dúvidas que por trás da ortodontia de excelência estará sempre um ortodontista de excelência: “um ortodontista de excelência é aquele que produz um bom diagnóstico, que atenta nas necessidades do doente e que procura acompanhá-lo em permanência do início até ao fim do processo, num abordagem e modelos integrados e com uma atitude de verdade e honestidade profissional”.
Sociedade Portuguesa de Ortodontia: https://sportodontia.pt/