O JornalDentistry em 2018-6-04
O XVIII Congresso da Associação Portuguesa de Higienistas Orais (APHO) voltou a realizar-se, no mês de abril, e abriu portas a uma reflexão sobre o estado de arte da profissão. Recebeu cerca de 300 participantes e teve um painel de oradores marcadamente nacional
Fátima Duarte, presidente da APHO, Prof. Doutor César Mexia de Almeida, nomeado Sócio Honorário da APHO durante o XVII Congresso e Mário Rui Araújo.
No passado mês de abril, o Fórum Lisboa recebeu a 18a edição do Congresso anual da APHO. Ao longo dos dois dias do certame, foram várias as temáticas que estiveram
em destaque. Na abertura do evento, houve espaço também para uma reflexão sobre o estado atual da profissão de higienista oral, que tem sofrido alterações, fruto das reformas no Sistema Nacional de Saúde (SNS). Durante a cerimónia de abertura do evento, Fátima Duarte, presidente da Associação Portuguesa de Higienistas Orais, chamou a atenção para o “papel fundamental” que o higienista oral representa nas equipas de saúde oral, pela sua “elevada capacidade de adaptação ao longo dos anos”.
A presidente da APHO realçou ainda que os higienistas orais mantêm “uma grande proximidade à população”, fruto, em parte, da sua integração no SNS em 1988. Tendo em conta as alterações que a profissão tem sofrido nos últimos anos, Fátima Duarte deixou uma mensagem: é necessário que a comunidade continue a honrar a sua missão de “melhorar a qualidade dos cuidados de saúde oral da população”, em nome de uma contínua dignificação da profissão.
O enquadramento da profissão, um dos principais destaques desta 18a edição do congresso, teve também lugar de debate numa mesa redonda dedicada aos temas pertinentes para a profissão, neste momento, como as reformas no SNS e os sistemas de pagamento em medicina dentária.
Multidisciplinaridade volta a ditar o tom
“O XVIII Congresso Nacional da APHO conseguiu, sem dúvida, superar as expetativas”, revelou a O JornalDentistry Fátima Duarte. Parte deste sucesso deve-se, segundo a presidente da APHO, ao interesse da comunidade na atualiza- ção científica, fator reforçado pela “diversidade dos temas abordados”. Estes deram aos presentes “novas ferramentas para uma abordagem multidisciplinar, tanto no que ao que à prática clínica diz respeito, como na vertente de trabalho comunitário”, explicou.
O evento, que recebeu mais de duas centenas de congres- sistas, entre higienistas orais, médicos dentistas e estudantes, voltou a primar pela diversidade de temas abordados nas diferentes palestras realizadas ao longo dos dois dias.
A multidisciplinaridade ditou o tom do XVIII Congresso da APHO, que, afirmou Fátima Duarte, “está a dominar a abordagem da saúde oral”. “A multidisciplinaridade está a tor- nar-se fulcral não só em relação a patologias afetas à cavidade oral, como também na relação direta da saúde oral e saúde geral”, salientou.
Para a presidente da APHO, cada vez mais “os profissionais estão despertos para relacionar os problemas orais aos problemas sistémicos”.
XIX Congresso da APHO assinala data especial
Em 2019 a APHO celebra o seu 30o aniversário. A associação está a preparar o XIX Congresso da APHO com um carinho especial. “O próximo Congresso terá, com certeza, uma aposta mais arrojada na sua realização e na projeção da profissão”, prevê Fátima Duarte. A associação quer continuar a apostar na multidisciplinaridade enquanto motor para a excelência na área da saúde oral. O XIX Congresso da APHO tem, para já, data marcada para os dias 5 e 6 de abril de 2019.
Prémio Higienista Oral do Ano
Tal como já é habitual, nos Congressos anuais da APHO, a Associação voltou a entregar o “Prémio Higienista Oral 2018”. Este ano o galardão foi atribuído ao higienista oral Mário Rui Araújo, pelo trabalho que tem realizado ao logo da sua carreira, em nome das boas práticas da profissão. No seu discurso de agradecimento, Mário Rui Araújo recorreu a uma analogia para afirmar que “o higienista é o co-piloto” das equipas de saúde oral. “Os higienistas orais são, provavelmente, o melhor projeto de formação profissional realizado nos anos 80”, afirmou, enaltecendo em declarações a O JornalDentistry a capacidade que esta profissão teve, ao longo de mais de 30 anos, “de adaptar- -se ao que de melhor se tem realizado na área da saúde em Portugal”.
— Artigo publicado no "O JornalDentistry" maio 2018 em edição impressa e digital