Com a honra, a responsabilidade: um novo capítulo na SPDOF

Este momento marca não apenas os 10 anos de uma sociedade que conquistou reconhecimento nacional e internacional, mas também o início de um novo período de diálogo, cooperação e impacto real.

Ao longo da minha carreira, como docente, clínico e investigador, dediquei-me a compreender e abordar condições que frequentemente permanecem subdiagnosticadas, como a dor orofacial, a disfunção temporomandibular (DTM) e os distúrbios de sono. Estas áreas não só representam desafios clínicos significativos, mas impactam profundamente a qualidade de vida dos pacientes, a produtividade e a saúde mental.

Liderar a SPDOF neste contexto é, por isso, uma extensão natural do meu percurso e da missão que me guia: transformar conhecimento em ação, promovendo soluções que beneficiem tanto a ciência quanto a sociedade.

Estamos num momento de transição e oportunidades. Com o lançamento iminente da Competência Setorial em DTM e em Medicina Dentária do Sono pela Ordem dos Médicos Dentistas, cabe-nos não apenas consolidar a evidência científica que sustenta as melhores práticas, mas também sensibilizar a população sobre estas condições.

A literacia em saúde será um pilar central deste mandato; é imperativo educar
tanto profissionais quanto doentes, capacitando-os a reconhecer os sinais e a compreenderem o papel ativo que podem desempenhar no diagnóstico e tratamento. Informação é, sem dúvida, a melhor arma contra o atraso no diagnóstico, mas também contra o sobretratamento, assegurando que as abordagens são sempre pautadas pela evidência científica e pela verdadeira necessidade do paciente.

Pacientes informados têm maior capacidade de gestão, maior adesão às terapêuticas e, acima de tudo, melhores resultados de saúde.

Nos próximos três anos trabalharemos para que a SPDOF seja mais do que uma referência científica.

Queremos que seja uma ponte entre o conhecimento e a prática, entre a academia e a sociedade civil. O objetivo é claro: promover a proximidade, fortalecer a cooperação com outras sociedades científicas e criar um ecossistema onde o intercâmbio de ideias e a multidisciplinaridade sejam a base de avanços concretos.

Os novos corpos sociais da SPDOF estão prontos para esta missão, com uma equipa coesa e multidisciplinar comprometida com a inovação e com o impacto positivo na saúde pública.

Mais do que celebrar o passado, este é um momento para imaginar o futuro. A SPDOF, com a sua história de 10 anos, está pronta para liderar a próxima década com um compromisso renovado com a ciência, a inovação e o impacto social. Este é o meu compromisso: guiar esta sociedade para um futuro em que cada passo dado se traduza em benefícios tangíveis para a saúde e bem-estar da nossa população.

Com a honra vem, de facto, a responsabilidade — e com ela, a determinação de construir um legado que inspire gerações futuras.

André Mariz de Almeida,
Presidente da SPDOF