2014-11-03

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Biologia

NUM FUTURO PRÓXIMO, ANÁLISE À SALIVA PODERÁ DETETAR DOENÇAS ANTES DE QUALQUER SINTOMA (ESTUDO UCLA)

Pesquisas realizadas na Universidade de UCLA, dos Estados Unidos, poderão levar a que um simples teste de saliva seja capaz de diagnosticar, numa fase precoce, diabetes, cancros e talvez desordens neurológicas e também doenças autoimunes.

O estudo consistiu na análise mais abrangente realizada com moléculas de ARN (ácido ribonucleico) de saliva humana e revela que a saliva contém muitas das moléculas reveladoras de doenças que existem no sangue.
O ARN, amplamente conhecido como um mensageiro celular que produz proteínas e executa as instruções do ADN para outras partes da célula, é agora conhecido por realizar reações químicas complexas e, acredita-se, por realizar um número extraordinário de outras funções, algumas das quais ainda desconhecidas.
A pesquisa do Dr. David Wong, autor sénior da investigação e professor de medicina dentária na UCLA’s Felix e Mildred Yip, ao longo da última década tem-se centrado na identificação de biomarcadores na saliva. No seu laboratório descobriu-se que alguns dos ARN que estão dentro de células humanas também estão presentes na saliva e podem ser utilizados para detectar doenças - uma descoberta surpreendente, segundo ele, porque as enzimas na saliva podem degradar o ARN, tornando a boca "um ambiente hostil. "
A nova pesquisa é uma colaboração com a Dra. Xinshu (Grace) Xiao, outra autora sénior do estudo e professora associada de biologia e fisiologia integradas na UCLA. Usando as mais avançada técnicas de genômica e bio informática, analisaram 165 milhões de sequências genéticas.
Entre as muitas formas de ARN há algumas incomuns que vivem na boca e nas células. Por exemplo, não era conhecido até recentemente que existia ARN com forma circular - a forma linear era conhecida há muito tempo. Os cientistas da UCLA identificaram mais de 400 ARNs circulares na saliva.
A função do ARN circular na saliva não é totalmente compreendida, não serve como esponja para moléculas de ARN pequenas, chamadas microARNs, que se ligam a ele.
Segundo a Dra. Xiao, os ARNs circulares na saliva podem servir para proteger outros ARNs. É provável, segundo ela, que os ARNs circulares na saliva sirvam para proteger os microARNs de serem degradadas.
Os microARNs, que se julgavam ser pouco mais do que ruído molecular, desempenham um papel importante em muitos tipos de células, e têm sido implicados em cancros e outras doenças, referiu a Dra. Xiao. Um microRNA pode regular centenas de genes.

Os cientistas compararam os níveis de microARN na saliva com os no sangue e outros fluidos corporais, e verificaram que os níveis de microARN no sangue e na saliva são muito semelhante - o que indica que uma amostra de saliva seria uma boa maneira de quantificar os microARNs no corpo.
Descobriram também que a saliva contém uma outra classe de pequenos ARNs, chamados piRNAs, que são produzidos por células estaminais, células da pele e células germinais. Existem muito poucas piRNAs no sangue e na maioria dos outros fluidos corporais, mas a análises mostraram que os piRNA são abundantes na saliva. Embora a sua função ainda não seja conhecida, a Dra. Xiao acha que podem proteger o corpo contra infecções virais.
Embora a maioria das moléculas de ARN traduzem o código genético de ADN para produzir proteínas, há também uma classe chamada ARNs não-codificantes que não o faz.
"A saliva carrega consigo ARNs não-codificantes, microARNs, piARNs e circARNs que são biomarcadores para a doença e monitorização da saúde", disse o Dr. Wong, que também é diretor associado de pesquisa da UCLA School of Dentistry. A conclusão fundamental é que a saliva tem um tremendo valor médico e científico. Num futuro não muito distante, os médicos dentistas poderão ser capazes de tirar amostras de saliva para analisar e identificar uma variedade de doenças. A pesquisa poderá levar a uma nova categoria de dispositivos de auto-diagnóstico. Segundo o Dr. Wong poder-se-á detetar uma doença - mesmo antes de haver quaisquer sintomas.
Os cientistas, ambos membros do Jonsson Comprehensive Cancer Center da UCLA, vão continuar as suas pesquisas, com o objetivo de entender melhor a biologia por trás de suas descobertas, incluindo a função de piRNAs.

Fonte: Estudo publicado online no “peer-reviewed” journal Clinical Chemistry. Será publicado em janeiro de 2015 na edição especial impressa do
journal Clinical Chemistry,com o titulo, "Molecular Diagnostics: A Revolution in Progress."

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