O JornalDentistry em 2019-1-03

NOTÍCIAS

Número de portugueses que não vai ao médico dentista está a crescer

Barómetro Nacional da Saúde Oral 2018 revela que 70% dos portugueses têm falta de dentes. Mais de 30% da população revela que nunca vai ao médico dentista ou apenas vai em caso de urgência.

É uma subida de 3% face ao ano passado, sendo que 41% dos portugueses não vão a uma consulta de medicina dentária há mais de um ano. São dados do Barómetro Nacional de Saúde Oral elaborado pela consultora independente QSP para a Ordem dos Médicos Dentistas (OMD).

53,6% Dos inquiridos afirmam não ter necessidade de ir a consultas de medicina dentária, um valor que subiu face aos 44,5% da edição anterior do Barómetro. 31,7% Diz não ter dinheiro, valor que contrasta com os 42,8% registados no ano passado. Há ainda 11,6% que considera não ter problemas de dentes. 

No entanto, 70% de portugueses têm falta de dentes naturais (excetuando os dentes do siso) e, destes, 35% já perdeu seis ou mais dentes. Há ainda 8,2% da população portuguesa que não tem qualquer dente natural. E, entre aqueles que têm falta dentes, há 55,5% que nada tem a substituir. 

O Barómetro revela também que 37,4% dos portugueses nunca marcam consulta para check-up. Apenas 29,7% dos inquiridos pelo Barómetro marcam uma consulta por ano e 13,3% marca quando o médico dentista recomenda.

41,6% Dos portugueses não visitam o médico dentista há mais de um ano e analisando as 4 edições do Barómetro está a aumentar o número de utentes que não vai ao médico dentista há mais de 2 anos. 3,6% Confessa que nunca foi a uma consulta de medicina dentária.

O bastonário da OMD, Orlando Monteiro da Silva, considera que “em questões de saúde oral vivemos num país a duas velocidades: quem tem possibilidade de aceder a consultas de medicina dentária percebe as vantagens das visitas regulares e mantém a regularidade. Os outros, seja por falta de recursos ou informação, olham para a saúde oral como algo secundário e o resultado está à vista: 11% da população portuguesa vive com falta de mais de seis dentes e sem substitutos, o que prejudica substancialmente a saúde oral. A ausência de tantos dentes afeta a qualidade da mastigação, condicionando a ingestão de certos alimentos e pondo em causa a saúde geral.”

Para Orlando Monteiro da Silva. “Há ainda muito a fazer nesta área. É decisivo integrar mais médicos dentistas nos centros de saúde e nos hospitais e estabelecer um acordo entre o Estado e os consultórios e clínicas privadas para o financiamento de consultas de saúde oral. O que existe atualmente é curto para as necessidades dos portugueses, apenas alguma franjas mais desfavorecidas estão abrangidas pelos cuidados de saúde oral públicos, ficando de fora a grande maioria da população.”

Prova disto é que quando questionados sobre a oferta de serviços de medicina dentária no Serviço Nacional de Saúde - um projeto que tem vindo a ser implementado pelo Governo desde 2016 -, 63% dos inquiridos desconhece a existência de consultas de medicina dentária em alguns centros de saúde.

Nos últimos 12 meses, apenas 10% dos portugueses recorreram ao hospital ou centro de saúde quando tiveram problemas de saúde oral. 

Entre aqueles que vão habitualmente a consultas de medicina dentária, mais de 85% manteve a regularidade das consultas e apenas 7,2% diminui. 

42,8% Dos portugueses marcam consulta para revisões e check-ups e 11,8% por ter dor de dentes. Apenas 6,4% dos inquiridos têm a intenção de marcar consulta para substituir dentes naturais perdidos.

No que toca à higiene oral, os inquiridos pelo Barómetro de 2018 revelam bons hábitos: há 96,2% dos portugueses, sobretudo as mulheres, que escovam os dentes regularmente; ainda assim, este é o valor mais baixo registado nas quatro edições do Barómetro. 

Nos cuidados de saúde oral das crianças, a quarta edição do Barómetro conclui que cerca de 63% das famílias portuguesas com menores de seis anos no agregado nunca visitam o médico dentista, embora admitam ter consciência de que os dentes de leite carecem de tratamento. 

Por outro lado, denota-se um aumento da utilização do cheque-dentista. Entre os inquiridos que afirmaram ter levado os menores de seis anos a uma consulta de medicina dentária, 64% recorreu ao cheque-dentista. 

Uma das tendências que se mantém nesta edição é a fidelização e confiança que os portugueses depositam nos seus médicos dentistas. 73% Dos inquiridos garantem que nunca mudaram de médico dentista ou que apenas ponderam esse cenário em caso de necessidade. 

 

Fonte: Ordem dos Médicos Dentistas: www.omd.pt

 

— Clique aqui para ler Comunicado integral

 

 

Ficha técnica da 4º edição do Barómetro da Saúde Oral

O estudo foi realizado pela consultora independente QSP e tem validade estatística. Foram realizadas 1.102 entrevistas presenciais em todas as regiões de Portugal, incluindo os Açores e a Madeira, e visou homens e mulheres com 16 anos ou mais. O documento avalia os principais indicadores dos hábitos, acesso, perceções e motivações da população portuguesa relacionados com a oferta de cuidados de saúde dentários. A amostra foi construída através do método de amostra estratificada proporcional, para as variáveis género e idade e desproporcional para a variável região, segundo dados do INE. A margem de erro teórica é de 2,95% para um intervalo de confiança de 95%.

 

 

Recomendado pelos leitores

Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa lidera na investigação científica portuguesa
NOTÍCIAS

Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa lidera na investigação científica portuguesa

LER MAIS

A FDI (World Dental Federation) defende a saúde oral na 77ª Assembleia Mundial da Saúde em Genebra
NOTÍCIAS

A FDI (World Dental Federation) defende a saúde oral na 77ª Assembleia Mundial da Saúde em Genebra

LER MAIS

Prof. Dr. André Mariz de Almeida coordena missão humanitária no Quénia
NOTÍCIAS

Prof. Dr. André Mariz de Almeida coordena missão humanitária no Quénia

LER MAIS

Translate:

OJD 118 JUNHO 2024

OJD 118 JUNHO 2024

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.