2014-1-19

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Cancro oral

“RASTREIO DO CANCRO ORAL É URGENTE”

Bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas pede urgência para o programa de rastreio do cancro oral. A promessa do ministro da Saúde vincava que a acção preventiva ia começar até ao fim do ano 2013 ou no início de 2014

Orlando Monteiro da Silva, Bastonário OMD

É a sexta causa de morte em Portugal e o bastonário da Ordem dos Médicos Dentistas diz que este foi um ano de muito trabalho para dar início ao programa que detecta, também de forma precoce, o cancro da cavidade oral. Orlando Monteiro da Silva sublinha que só falta a resposta da Direcção-Geral de Saúde (DGS).
Em declarações públicas Orlando Monteiro da Silva assegura: «Estamos dependentes de timings que estão agora por decidir pelo ministério da Saúde. Há uma coisa que não falta que é vontade e a dotação orçamental adequada. Julgo que estaremos dependentes de pormenores», afirma, apreensivo.
O cancro oral é, segundo a DGS, a sexta causa de morte em Portugal. Este dado é sublinhado pelo Bastonário. Quando o programa de detecção começar, a ideia é que se consiga identificar os doentes em risco nos centros de saúde do SNS.
No entanto a Direcção Geral de Saúde tem em discussão pública, desde seis de Dezembro de 2013, um documento sobre o tratamento e o diagnóstico da doença.

Entre o normativo, encontra-se a fundamentação da DGS: «O diagnóstico em fase precoce da doença e o tratamento após um curto tempo de espera são importantes para um melhor prognóstico de sobrevivência e para um menor número de complicações (Nível de Evidência A, Grau de Recomendação IIa).
O tratamento deve ser realizado em centro de referência da rede de referenciação oncológica, onde exista consulta multidisciplinar de decisão terapêutica na área de cancro oral (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).
O tratamento do carcinoma da cavidade oral é decidido em reunião multidisciplinar de decisão terapêutica, com a presença de um Cirurgião,
um Oncologista médico e um Radioncologista, todos com diferenciação e experiência efectivas na área de tu- mores de cabeça e pescoço.
Pode ainda ser solicitado o apoio das valências de Gastroenterologia, Pneumologia, Nutrição, Dor, Medicina Física e Reabilitação, Psicologia, Anatomia Patológica, Estomatologia e Radiologia (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I).”, diz o documento legal.
Para mais, a DGS contempla ainda o caso de diagnóstico e tempo de tratamento: «O diagnóstico deve ser confirmado por biópsia efectuada no centro de referência (ou por revisão efectuada no centro de referência) de exame
histológico efectuado no exterior e o seu resultado disponibilizado em oito dias úteis (Nível de evidência C, Grau de Recomendação I).
O primeiro tratamento, se for cirúrgico, deve realizar-se até 15 dias seguidos após a decisão terapêutica, conforme tempo máximo de resposta garantida na portaria 1529/2008 – (TMRG). Se o primeiro tratamento não for cirúrgico deverão ser observados os tempos de resposta considerados clinicamente adequados de acordo com o estado da arte (Nível de Evidência C, Grau de Recomendação I)».
Enquanto o documento estiver em discussão pública não haverá qualquer decisão de força legal, segundo as regras do quadro legislativo. 􏰈

O que é o cancro oral?
—QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS?
Os carcinomas da cavidade oral podem manifestar-se como uma mancha, de cor variável, geralmente branca ou avermelhada, uma massa mais ou menos endurecida ou uma úlcera que não cicatriza.
A maior parte das lesões são indolores na sua fase inicial, tornando-se progressivamente dolorosas.
São exemplo de sinais e sintomas: úlceras persistentes, áreas endurecidas, áreas de crescimento tecidular, lesões que não cicatrizam, mobilidade dentária, dor, parestesia (perdas de sensibilidade), disfagia (dificuldade em deglutir), lesões brancas e vermelhas, linfadenopatia (gânglios linfáticos aumentados).
—QUAIS OS FACTORES DE RISCO DO CANCRO ORAL?
O tabaco e o álcool são os principais factores de risco no desenvolvimento do cancro oral. O fumo do tabaco está relacionado com diversas transformações na mucosa oral e tem um efeito carcinogénico directo nas células epiteliais.
Calcula-se que 8 em cada 10 doentes diagnosticados com cancro oral consumam ou tenham consumido tabaco, tendo estes doentes um risco 5 a 7 vezes superior de desenvolverem cancro oral quando comparados com não fumadores.
O cancro oral está, portanto, fortemente associado a um estilo de vida menos saudável, isto é, ao consumo de tabaco e álcool, associado a uma reduzida ingestão de vegetais e frutas e por isso pobre em alimentos contendo agentes anti- oxidantes.
—COMO SE TRATA O CANCRO ORAL?
O cancro oral trata-se essencialmente com cirurgia e radioterapia, isoladas ou combinadas. O factor chave para o tratamento é o diagnóstico precoce das lesões, factor que melhora significativamente as taxas de sobrevivência à doença.

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