O JornalDentistry em 2021-8-03

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Santa Casa da Misericórdia de Lisboa - Estudo sobre saúde oral nos mais jovens

Serviço Odontopediátrico de Lisboa (SOL) da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresenta estudo sobre saúde oral dos mais jovens em tempo de pandemia

O Serviço Odontopediátrico de Lisboa (SOL) da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa apresenta um estudo inédito sobre saúde oral nos mais jovens em tempo de pandemia, que teve como objetivo verificar e caracterizar os conhecimentos, comportamentos e hábitos ao nível da saúde oral, assim como possíveis alterações, durante o período de pandemia COVID-19, por parte das crianças e seus adultos responsáveis. Partindo de um universo correspondente a adultos com crianças e jovens a cargo entre os 0 e os 17 anos de idade, o estudo trabalha sobre uma amostra, não aleatória, de 1566 crianças elegíveis pertencentes a 1018 agregados familiares.

O SOL é um equipamento inédito da Santa Casa que presta gratuitamente cuidados de saúde oral a todas as crianças e jovens até aos 18 anos, que estudem ou residam no Concelho de Lisboa, independentemente da sua condição social.

Entre os problemas identificados com o estudo, destacam-se os seguintes:

• Analisando as questões referentes aos hábitos de nutrição, no que se refere à frequência de ingestão de alimentos açucarados, verificou-se um aumento generalizado na ingestão desses alimentos durante o período de pandemia COVID-19. 

• Nas crianças que ainda utilizavam biberão, houve uma diminuição nas refeições que incluíam leite. O resultado mais expressivo verificou-se no consumo de leite simples (vaca ou fórmula), existindo uma diminuição do consumo durante a pandemia relativamente ao período pré-pandemia.

• Nos hábitos de sucção não nutritiva, a utilização da chupeta e de biberão por quem já o fazia foi mais frequente.

• Nas rotinas de descanso, 70,2% responderam que a criança mantinha em média, por dia, as mesmas horas de sono de antes, mas cerca de 30% registaram alterações, sendo que 17,6% passaram a dormir mais horas e 11,9% menos horas.

Quanto às conclusões avançadas no relatório, importa sublinhar as seguintes:

• Através da realização deste estudo, foi possível perceber importantes hábitos de saúde nas crianças, nomeadamente os referentes à higiene oral, às rotinas de sono e de nutrição. De uma forma geral, os adultos sabiam que medidas preventivas adotar para manter uma boa saúde oral. No entanto, foi possível apurar que, na rotina diária, nem sempre punham em prática esses conhecimentos. 

 

 

• 30% dos inquiridos referiu que apenas realizou a primeira consulta de Odontopediatria após a criança realizar 3 anos, cerca de 24% nunca levou a criança a nenhuma consulta. De salientar que as guidelines sugerem a realização da primeira consulta de Odontopediatria aquando da erupção do primeiro dente ou até a criança completar 1 ano de idade. 

• Durante a pandemia foi possível aferir algumas alterações, nomeadamente no que diz respeito ao período de descanso, tendo-se registado situações em que as crianças dormiam menos horas do que as que eram habituais. 

• O consumo de alimentos açucarados é, ainda, bastante elevado nas crianças, sendo que cerca de 40% consome, pelo menos, três vezes por semana este tipo de alimentos, nomeadamente bolachas, chocolates e gomas, várias vezes ao longo do dia. 

• Relativamente aos hábitos de higiene oral, o facto de se ter passado mais tempo em casa não demonstrou a sua melhoria. Houve, pelo contrário, um aumento do número de crianças que escovava os dentes apenas uma vez por dia, da mesma forma que aumentou o número de crianças que não utilizava o fio dentário diariamente. 

• No que respeita à nutrição também se verificaram alterações quanto ao número de refeições realizadas por dia e no tipo de alimentos consumidos. Houve um acréscimo da frequência do hábito de “petiscar”, o que favoreceu o consumo de determinados alimentos, nomeadamente fruta e alimentos açucarados e processados. 

• Durante o período de confinamento algumas crianças necessitaram de consulta médica presencial por situação urgente e inadiável, no entanto, o recurso à telemedicina e resolução de situações com aconselhamento mostrou ser uma ferramenta importante de ajuda a considerar como uma mais-valia na prática clínica futura. 

• Os autores deste estudo consideram fundamental continuar a trabalhar no desenvolvimento de estratégias de prevenção e de adoção de hábitos saudáveis. Um dos objetivos a que o SOL se propõe é o de promover a saúde junto das famílias, de modo a que seja possível contribuir para a prática de hábitos de saúde oral e geral, no seu quotidiano.

O Estudo sobre Conhecimentos, Comportamentos e Hábitos de Saúde e Higiene Oral antes e durante o Período de Pandemia foi coordenado pelo médico dentista André Brandão de Almeida, diretor clinico do SOL, e tem ainda como co-autores, Carina Sarmento e Rita Sardinha.

 

O estudo na íntegra pode ser consultado aqui:

https://www.jornaldentistry.pt/file/uploads/248e3ac37d0d93bca179bb3dcb819a98.pdf

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