SAÚDE ORAL NOS PAÍSES EM DESENVOLVIMENTO. FDI –WORLD DENTAL FEDERATION APONTA OS DESAFIOS

Deficiente acesso à assistência adequada, pouca qualidade de materiais e equipamentos, e insuficiente investimento na Saúde Oral, são as principais dificuldades nestes países.
De acordo com o FDI, os números são trágicos. As estimativas da Organização Mundial de Saúde apontam que em África a relação Médico Dentista/População é de aproximadamente 1: 150.000 comparado com 1: 2.000 em países mais industrializados. Na Etiópia, por exemplo, a falta de acesso é dramática, com uma relação de 1 Médico Dentista para 1 milhão de habitantes, de acordo com o Atlas de Saúde Oral, publicação pelo FDI.
No entanto, a organização salienta que mesmo em países com rápido crescimento do número de Médicos Dentistas, o acesso desigual aos cuidados de Saúde Oral constitui também um enorme obstáculos. Segundo o FDI cerca de 20.000 novos diplomados em Medicina Dentária são registados todos os anos Índia. No entanto este número não é suficiente para as necessidades da população. No Brasil embora com um dos mais elevados rácios mundiais de Médico Dentista/População (120:100.000) mas localizados principalmente nos grandes centros urbanos, tem como resultado um deficiente acesso a cuidados Saúde Oral nas áreas periféricas e não urbanas. Além disso, as desigualdades económicas e sociais nesses países força muitos recém-formados a procurar trabalho no exterior ou a deslocarem-se para áreas urbanas e mais povoadas dentro do seu país.

Alem dos factores apontados nos países em desenvolvimento as doenças orais têm um incremento exponencial O FDI estima que cerca de 140.000 pessoas que vivem principalmente na África Subsaariana, América do Sul e na Ásia são afectados pelo Noma infecção mortal de progressão muito rápida causada por desnutrição e deficiência da função imunológica, que atacando os tecidos da face deixa os pacientes na maior parte crianças, gravemente desfiguradas. Muitas doenças orais que poderiam ser diagnosticadas e tratadas em check ups de rotina, não o são por dificuldade de acesso ao cuidados do Saúde Oral, a maioria dos tratamentos dentários nesse países resume-se a extracção de dentes, por exemplo na Tanzânia representa 90% das intervenções.
Fonte FDI