O JornalDentistry em 2022-10-06
O grande desafio dos nossos tempos é ser disruptivo: romper com a rotina. Não necessariamente no sentidode virar, de tempos em tempos, tudo de cabeça para baixo.
As rotinas são essenciais em muitos aspetos, por exemplo, em protocolos técnicos na medida em que permitem despender menos energia. Não seria recomendável mudar protocolos a todo o momento, até porque a maioria deles têm evidências científicas. É necessário ter um conhecimento profundo do tema em questão para subverter a lógica e mudar protocolos.
Por outro lado, as rotinas em atividades sem procedimen- tos técnicos podem contribuir para uma certa estagnação. As sequências quase burocráticas repetidas à exaustão podem desgastar o brilho natural da criatividade. A desmotivação de fazer as coisas da mesma maneira torna o ambiente enfadonho, monótono a ponto de acabar com o entusiasmo. A graça do trabalho não está só na função que exercemos, o entorno com as suas surpresas, repentinas ou planeadas, é essencial para mudar o tom.
Ser neutro é não tomar posição. É aceitar sempre tudo o que é proposto, pelo simples facto de ser cómodo. A neutra- lidade é fatal pois tende para a mediocridade. O medíocre, com receio do custo do erro jamais irá arriscar para melhorar a sua situação. Fica paralisado perante o risco.
O risco é um tema muito debatido, existem tratados e teses sobre isso. Muitas destas teses demonstram que em muitos casos o risco é, pelo menos, proporcional ao retorno, sobretudo quando há resiliência para suportar o erro. Risco baixo, retorno baixo. Risco alto, retorno alto. Risco médio, retorno moderado.
Podemos não ambicionar retornos altos, há quem se con- tenta em viver dessa maneira. Não deve haver julgamento de certo ou errado. Agora a verdade é que o médio é morno e jamais será intenso. Líderes mornos deixam os liderados mansos. Este género de liderança reflete uma pasmaceira que não deve existir nem em conventos de clausura com cânticos gregorianos. Esta aparente tranquilidade define o dia a dia. Todos fazem o que lhes é pedido, na maioria das vezes fazem bem, mas é só isso mesmo.
A mesmice não cativa, não desafia, não faz crescer. A mes- mice trava a evolução, como o salário fixo de um funcionário que não tem iniciativa para tentar progredir, mesmo que isso lhe custe o emprego. Esta disrupção pode ser o grito de liberdade, a procura por um lugar em avesso à neutralidade, ao médio, ao morno e à mesmice.
Que a paz esteja convosco, mas de uma forma construtiva ao ponto de acordar com uma dose de entusiasmo, afirman- do que : “o dia promete...”
Dr. Celso Orth — Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil.
Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com