O Impacto do trabalho de equipe na Medicina Dentária

Portugal tem vindo a deixar de ser um país provido de um sistema legislativo elaborado para “inglês ver” para ser efetivamente mais consistente e consciente ao nível das metodologias utilizadas para olear a ‘geringonça’ 
De que nos vale estipular regras se não as cumprimos nem tão pouco as compreendemos? Ter liberdade de ação ao invés de nos cingirmos a uma lista de tarefas a cum- 
prir não nos faz profissionais mais conscientes? 
A experiência da MedSUPPORT em licenciamento para funcionamento mostra-nos que o setor da saúde é um exemplo cabal desta filosofia que nos faz a nós – ativos no setor da saúde - caminhar lado a lado com as sociedades mais evoluídas nesta área – como por exemplo Inglaterra, Holanda e Austrália - que utilizam sistemas normativos semelhantes, já enraizados e com provas dadas (processo de benchmarking). Este princípio incumbe a responsabilidade e liberdade de declararmos o cumprimento dos princípios estabelecidos, sob pena de sermos advertidos se não forem cumpridos, claro. 
Trata-se de um processo dinâmico e, por isso mesmo, infinito e indissociável da situação particular de cada prestador, não sendo passível de ser reduzido a uma checklist, devendo ser encarado como um conjunto de diretrizes que se complementam entre si e que culminam numa estrutura coesa e integral. Tal como referido em artigos MedSUPPORT anteriormente publicados neste espaço, a qualidade passa por uma atitude generalizada que nos motiva a satisfazer as necessidades e expetativas de um dado público. Diga-se que hoje, muito por força da velocidade a que a informação se transmite e do fator globalização, e, por conseguinte, 
do crescente nível de exigência das pessoas, o desprezo deste conceito está ultrapassado, sendo que a tendência evolutiva é que se torne transversal e um dado adquirido nas práticas e instalações clínicas. O papel do responsável pela clínica dentária deverá então passar pela implementação da pedra basilar – licenciamento para funcionamento devidamente instruído – à qual se devem juntar outras que valorizem o serviço prestado como meio de diferenciar o negócio e criar um conceito autêntico. Tratar-se-á pois de um trabalho de equipa no qual todos os colaboradores terão um papel preponderante no cumprimento das metas traçadas. 
Encarar esta cultura de autonomia e a competência de “saber fazer bem” acarreta dificuldades que residem essencialmente na articulação das áreas de conhecimento, provenientes da pluridisciplinaridade das atividades que estão inerentes ao bom funcionamento de uma unidade de medicina dentária. O desafio de as interligar torna-se exigente quando realizado em simultâneo com as tarefas diárias de prática clínica, ficando por vezes relegado para segundo plano. A Engenharia Biomédica é uma área que funde saberes fundamentais de engenharia, física, química e medicina, e que por isso promove uma relação lógica entre esses conhecimentos e a sua aplicabilidade, essencialmente relaciona- dos com a prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas de saúde. 
No contexto da medicina dentária, a Engenharia Clínica, no que respeita à gestão dos recursos físicos e humanos, desempenha também um papel crucial no fornecimento do conhecimento que permite uma simbiose perfeita destes saberes e sensibilidades, estabelecendo pontes entre os profissionais de saúde ao nível dos conhecimentos teóricos e procedimentos técnicos bem como ao nível das instalações e do seu funcionamento no que respeita aos requisitos/organização e aos dispositivos médicos nelas existentes. 
Nesse sentido, a MedSUPPORT considera que a complementaridade que a Engenharia Clínica traz à medicina dentária visa a melhoria qualitativa e a evolução desta valência, sempre com a ideia presente de que deverão ser tidos em conta e cumpridos todos os requisitos exigidos para uma prestação de cuidados médico-dentários de excelência. 
Se a realidade em que vivem ou pensam viver é a das clínicas dentárias certificadas, então as organizações deparam-se com um novo paradigma de gestão, alavancado em parte pela introdução de novos conceitos da nova versão das normas ISO 9001:2015 – Sistemas de Gestão da Qualidade. 
Ciente da pertinência desta temática e tendo como pano de fundo a transição das normas ISO 9001 e ISO 14001, a empresa SGS promoveu o seminário “Ilustrar a Transição para a ISO 9001:2015 e ISO 14001:2015”, no dia 18 maio no Porto, 24 de maio em Coimbra e 25 de maio em Lisboa. Este evento contou com um painel de oradores especialistas que teve como missão ilustrar de que forma os vários mecanismos de gestão despoletados pelos requisitos das normas se afiguram ferramentas para a gestão estratégica das suas organizações. 

Mais informações em:   seminariotransicaodasnormas.wordpress.com/

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Este artigo foi publicado na edição impressa e digital de maio do "O JornalDentistry",  para ler a edição a edição digital clique em: OJD MAIO