O JornalDentistry em 2020-6-02

TENDÊNCIAS

A vida não vai ser derrotada

Não vou falar sobre medicina dentária. Tão pouco me vou atrever a imitar os grandes pensadores e escritores. A ocasião crítica que se estabeleceu independe da origem. Não temos o poder de mudar tudo o que aconteceu rapidamente, o que nos remete a muitas reflexões

O temor instalado pela possível perda de tudo o que construímos, como pessoas e como profissionais, apavora. A incapacidade de, por agora, continuarmos a construção, imobiliza-nos ao ponto da ansiedade e da angústia nos sequestrarem em vários momentos. Como tal, devemos lembrar-nos do passado, quando a construção se iniciou.                             
Era um tempo em que nada sabíamos. Caíamos e levantávamos, com tropeços durante o tempo inteiro. Aprendemos, batendo a cabeça, pois a viagem era feita por vários caminhos, todos sem um destino certo. 
Por vezes, tínhamos a certeza de ter “lá chegado”, mas era uma sensação breve e logo voltávamos a viajar e procurar. A construção daquele ideal parecia que nunca tinha fim. Um misto de tranquilidade com inquietude, pois sabíamos que não podíamos parar. Ainda assim, já considerávamos que todos os percalços tinham valido a pena. 
De repente, com esta nova crise, as dúvidas voltam a assombrar e sentimo-nos vulneráveis. 
O pensamento de que talvez tenhamos de começar tudo de novo não é confortável e pode ser assustador. Porém, aqui fica a minha reflexão, que ouso dedicar, com calma e esperança. 
Construímos sem saber por onde, nem porquê. Bem sucedido era o sinónimo de não estarmos endividados. Sermos reconhecidos era algo inatingível e fora de qualquer objetivo. Hoje, se tivermos de começar de novo, temos algo que se chama “bagagem”. Esta mesma que já nos acompanhou em muitas viagens, que tem referências e mapas que anteriormente não tínhamos. Podemos não conhecer todos os caminhos, mas sabemos como nos localizar, pelo que recomeçar não nos deve atemorizar. 
Agora, a vida não pode ser derrotada. É muito maior do que tudo. Precisamos viver muito ainda e aproveitar apaixonadamente o tempo com as pessoas que nos são queridas. Vamos comemorar as conquistas sem métricas de tamanho. As pequenas e constantes são mais importantes do que as grandes que costumam ser desejadas, mas raramente acontecem. 
Sim, a vida não vai ser derrotada. Que a ansiedade seja por um bom motivo: dividir abraços com todos aqueles que não podemos agora. 

Autor:  Dr. Celso Orth - Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que  trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil.

Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com

 

 

 

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