O JornalDentistry em 2019-10-25

TENDÊNCIAS

Experiência: A Palavra da Moda - Segunda Parte

Na última coluna comentámos as expectativas dos pacientes antes de irem até à clínica. Na sequência, falaremos agora da chegada ao local, onde nos defrontamos com a realidade

Essa, mais verdadeira, pois é constatada presencialmente, vivida na mais pura expressão e com as contingências associadas. 

A realidade pode estar muito abaixo do nível das expec- tativas, o facto de estas estarem ligadas ao visual característico do marketing digital, imagens trabalhadas e depuradas com técnicas que as tornam admiráveis, muitas vezes criam uma falsa identidade visual. Esta última, quando confrontada, cria uma toxicidade cognitiva pelo descompasso entre o que é esperado e o que é experimentado realmente. 

Podemos deparar-nos com um outro contexto, sempre desejado, onde a realidade tem um extraordinário efeito positivo, muito acima do que se esperava encontrar na clínica. Considerando, também, como parâmetro, o que foi visualizado na internet. 

Acreditando na segunda hipótese, temos muito a ganhar já na chegada, o que poderá facilitar a relação a ser contruída nas próximas fases. 

O momento da chegada revelará a sala de receção e, principalmente, a recepção. As pessoas que lá se encontram a desenvolver o seu trabalho de bem receber têm uma enorme responsabilidade. Acolher e encaminhar a continui- dade do que está previsto para a consulta serão procedimentos de alta sensibilidade, que podem impactar profundamente o paciente. 

Impacto é a terceira fase da trajetória. Ocorre normalmente durante a estadia do paciente no ambiente da clínica. Pode ser positivo, agregando valor às sensações do paciente. O contrário seria lastimável e obstruiria qualquer avanço no relacionamento. 

O resultado continua a ser parte integrante do esperado, tudo o que for adjacente pode enriquecer a convivência do paciente no período em que lá estiver. 

O significado tem a ver não com excesso de cortesia, mas com a elegância e a cordialidade do atendimento. 

O facto de ser oferecido algo ao paciente, seja um café, um chá ou algo para comer, pode expressar a atenção que estamos a dedicar-lhe num momento exclusivo. 

Mas atenção! O que poderia ser uma distinção pode tornar-se numa desconsideração. Exemplo: oferecer um doce a um paciente diabético; ou um bolo a alguém intolerante ao glúten. E assim por diante, caso não tenhamos o cuidado de observar o que está evidenciado na anamnese. 

O facto de saber o que o paciente pode ou não ingerir, na alimentação, impacta positivamente, atesta o nosso conhecimento profundo sobre o ser humano que ali está. Atitudes de zelo com os diferentes torna-nos mais diferentes ainda, numa visão holística amplificada. 

Mas o durante é muito mais do que isso. Muito mais do que oferecer algo ao paciente. O tempo para escutá-lo, para atendê-lo, para lhe explicar os procedimentos e os seus porquês, fazem com que a nossa postura imprima o respeito que ele merece. 

A sintonia entre profissional e assistentes caracteriza uma desenvoltura desejada para o bom desenvolvimento de uma técnica precisa, que permite agilidade e conforto ao paciente. 

Muitas outras condutas, neste conjunto de ações, poderão incrementar a harmonia da experiência, combinando conhecimento, técnica e hospitalidade. 

Por fim, vem a última parte, a ser produzida fora dos limites da clínica. O que os nossos pacientes, ao sair, podem gerar de influência sobre outras pessoas, familiares, amigos e outros do seu convívio social. 

O quanto ela é benéfica – ao ponto de recomendar novos pacientes - ou indesejável, negando-nos novas indicações. 

Esta influência só é positiva se houver uma grande satisfação do paciente com tudo o que ocorreu na plenitude de sua experiência. 

Um desafio ímpar, repetido dia após dia, faz-nos tentar ser sempre melhores e mais dedicados aos nossos pacientes. Almejar o reconhecimento deles, que pode ser traduzido em boas referências, embala-nos no rumo da boa medicina dentária, orientada para a humanização, cada vez mais pre- sente e necessária no comportamento dos profissionais. 

Dr. Celso Orth - Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil.

Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com 

Recomendado pelos leitores

Qual é o seu “porquê”?
TENDÊNCIAS

Qual é o seu “porquê”?

LER MAIS

Deteção precoce do cancro oral com  utilização de  algoritmos de Inteligência Artificial (IA)
TENDÊNCIAS

Deteção precoce do cancro oral com utilização de algoritmos de Inteligência Artificial (IA)

LER MAIS

A inteligência artificial na anestesia dentária
TENDÊNCIAS

A inteligência artificial na anestesia dentária

LER MAIS

Translate:

OJD 123 DEZEMBRO 2024

OJD 123 DEZEMBRO 2024

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.