O JornalDentistry em 2022-1-04
O termo phygital vem da fusão das palavras em inglês physical (físico) e digital (digital). De forma resumida, nada mais é do que a integração entre o mundo físico com o mundo digital.
Escutamos em várias palestras e cursos, podemos ler em diversas publicações e assistir a dezenas de vídeos, inúmeras possibilidades de implementar o fluxo digital nas nossas clínicas e consultórios. Uma preocupação constante em atuar numa medicina dentária atualizada, visão de muitos formadores de opinião, na qual o dito fluxo é essencial que esteja incorporado.
O que percebemos é uma atenção, sem a proporcionalidade esperada quando comparada ao digital, muito menor em relação ao fluxo das pessoas que circulam dentro da clínica. Sejam da equipa ou dos pacientes.
Esse desequilíbrio acaba por comprometer, muitas vezes, a organização que deveria ser, essa sim, o pilar do funcio-namento de uma clínica que busca a qualidade do atendimento.
Como imaginar que um afinado fluxo digital substitui pessoas comprometidas com o acolhimento dos pacientes e com a humanização do ambiente?
Não compreendo como uma tecnologia, na qual acredito e vejo cada vez como uma necessidade, possa amparar uma sequência de atividades que tem a finalidade de cuidar de pessoas.
Não é a questão de uma realidade competir com a outra. Ambas se completam na medida que são muito bem administradas.
O mundo físico vai incorporando o digital, dentro das roti- nas diárias, sendo sempre o responsável pela hospitalidade que gera a tranquilidade e o bem-estar de quem chega ou por lá convive.
Esta engrenagem cristaliza as ações que permitem estabelecer confiança e diminuir as incertezas dos pacientes.
Tudo isso requer treinamento contínuo e incansável.
Treinar no fluxo digital requer repetição para desenvolver as habilidades e entender as dinâmicas.
Treinar a equipa requer compreensão para aceitar pessoas diferentes, com comportamentos diferentes. Pessoas que necessitam de estímulos para perceberem a importância de cuidar de outras pessoas.
Esta parte exige mais dos líderes, a complexidade envolvida é muito maior. As respostas nem sempre são as esperadas.
Uma consideração que julgo importante: deve existir uma frequência de encontros que permitam debates, opiniões e trocas de experiências.
Toda a equipa deve ser envolvida ou, caso contrário, teremos indivíduos que ficarão alienados ao sistema. Efeito indesejado que arriscaria o propósito de integração e por conseguinte o equilíbrio Phygital.
Autor: Dr. Celso Orth - Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil.
Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com