O JornalDentistry em 2017-2-01

TENDÊNCIAS

Marketing na Clínica - Apresentação de tratamento (Segunda Consulta)

Estamos, seguramente, frente a frente com um momento especial e exclusivo, que nos poderá conduzir a um final previsível e bem-sucedido. Incluem-se neste fase todos os aspetos e etapas de uma reabilitação.

Dr. Celso Orth, autor

Estarmos convictos de que o nosso planeamento é de qualidade, estudando profundamente o caso, é o primeiro passo. Deve ter-se em consideração um plano de tratamento que privilegia o ideal mas que, de alguma forma, não encerra as fronteiras de alternativas possíveis para encaminhar a reabilitação, uma condição que permite protelar ou adiar a conclusão da mesma, sem com isso cancelá-la por insuficiência de recursos disponíveis, sejam de tempo ou financeiros.
Na nossa experiência, enquanto médicos dentistas, entendemos como melhor alternativa não apresentar a solução imediatamente na primeira consulta precisamos de um intervalo de tempo que nos possibilite um estudo mais profundo do diagnóstico e do planeamento do tratamento.
Reconhecemos que, antes de agir de determinada forma, diversos equívocos foram já testemunhados pela nossa equipa, factos estes que nos levaram a mudar definitivamente o protocolo.
Em muitas ocasiões o paciente chega até nós com as necessidades definidas por ele, informado (ou desinformado) pelo acesso à Internet, acabando por fazer um auto-exame e acreditando que pode estabelecer o que lhe é conveniente.
Na apresentação do nosso planeamento precisamos de mostrar ao paciente diversas imagens, captadas sempre que possível na primeira consulta, uma vez que estas possibilitam a real compreensão do conjunto de condições apresentadas.
Existe uma frase do Prof. Luís Carlos Becker Jr. (FGV-RJ) que diz o seguinte: “Compreendo melhor pelo que vejo, não pelo que me é dito”. De forma simples, esta citação esclarece o que é hoje absolutamente indispensável para estabelecer uma relação de confiança entre médico dentista e paciente.
Até há pouco tempo os profissionais baseavam-se, principalmente, em modelos de gesso para explicar o tratamento aos pacientes, enquanto hoje sabemos que são necessárias outras ferramentas que permitam a compreensão e mesmo a possível e previsível execução do trabalho a ser realizado.
Diversas aplicações em computadores, desenvolvidas muitas vezes por talentosos profissionais da medicina dentária, exibem de forma minuciosa os mecanismos que poderemos utilizar para estruturar os procedimentos a serem realizados.
Antigamente, aquando da exposição do plano de tratamento, o profissional falava mais do que o paciente. Hoje em dia, o profissional pergunta mais e o paciente mais ainda. Novos tempos, esclarecedores, mas que se manifestam intensamente desafiadores.

Precisamos de melhorar as nossas perguntas para melhorarmos a nossa perceção da pessoa que está à nossa frente, neste caso o paciente. O perfil dele faz toda a diferença para estabelecer critérios de atendimento. Lembrando que estes
últimos não são um padrão e devem, sim, ser configurados pessoa a pessoa.

Todas as questões implicadas no desenvolvimento pré e pós-operatório devem ser discutidas exaustivamente nesta ocasião. Tal como é descrito neste ditado popular:
“Tudo o que é dito antes é explicação, depois é desculpa”.
É o momento então de estabelecermos os limites, de conversarmos sobre os cuidados, sobre as revisões, sobre as manutenções e os prazos necessários em que devem ser realizadas.
Não nos esqueçamos das intercorrências que poderão fazer parte da conduta clínica e restringir algumas atividades do nosso paciente, tais como atos cirúrgicos, por exemplo.
Um cronograma detalhado com agendamento pré-estabelecido auxilia muito estes processos, de modo a prevenir aborrecimentos futuros.
O cronograma deve ser o mais preciso possível, organizando as consultas consoante o tempo previsto pelo profissional que será responsável pelo ato operatório. É possível,
com rigor quase cirúrgico, determinar o número de consultas necessárias para a conclusão do tratamento.
Acreditamos que isso nos dá uma tranquilidade muito maior para a logística operacional, influenciando positivamente a equipa envolvida, auxiliares, médicos, laboratório, etc. Sempre que o nome do paciente estiver na agenda, já
estará anotado o tempo necessário e o procedimento a ser realizado.

No artigo seguinte discutiremos a negociação dos valores envolvidos no plano de tratamento apresentado.

Autor: Dr. Celso Orth

Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de
Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área dasaúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul Brasil.
 

Para enviar questões e solicitar esclarecimentos:
celsoantonioorth@gmail.com

 

Recomendado pelos leitores

Qual é o seu “porquê”?
TENDÊNCIAS

Qual é o seu “porquê”?

LER MAIS

Deteção precoce do cancro oral com  utilização de  algoritmos de Inteligência Artificial (IA)
TENDÊNCIAS

Deteção precoce do cancro oral com utilização de algoritmos de Inteligência Artificial (IA)

LER MAIS

A inteligência artificial na anestesia dentária
TENDÊNCIAS

A inteligência artificial na anestesia dentária

LER MAIS

Translate:

OJD 123 DEZEMBRO 2024

OJD 123 DEZEMBRO 2024

VER EDIÇÕES ANTERIORES

O nosso website usa cookies para garantir uma melhor experiência de utilização.