Queremos cuidar de si

Embora proclamada aos quatro ventos como um marketing de cuidado, na prática, raramente é assim. Cuidar de alguém na vida pessoal envolve sentimentos profundos,
dedicação e entrega, o que pode ser desafiante e interferir nas condições emocionais dos envolvidos. É difícil, mas não impossível.

Ao trazermos para a vida profissional, onde a humanização deveria ser a chave quando se trata de pessoas e de sua saúde, as atitudes tendem a ser fantasiosas.

Digo que faço, convenço-me que faço, mas de concreto somente as frases escritas e propagadas. Hoje, na área médica, já não são muitos, para não dizer que são raros, os que se entregam de corpo e alma para salvar alguém.

Até o tempo para acolher encolheu. As consultas, na sua maioria, são superficiais e protocolares. Os pedidos de exames são a tónica.

As prescrições de medicamentos são quase um mantra. Mas cuidar é bem mais do que isso.

Morrer durante o tratamento já tem área de normalidade absoluta e não emociona mais.

Na nossa área, onde fomos treinados para salvar dentes, as perdas e mutilações estão frequentemente ligadas aos resultados financeiros. A publicidade transforma o implante
num substituto igual ao dente natural, o que muitas pessoas acreditam, infelizmente. É crucial que os profissionais de saúde reflitam sobre as suas práticas e se esforcem para humanizar o cuidado.

Analisem as consultas em que são vocês os pacientes na área médica e, claro, analisem as que vocês são os profissionais.

Pensem sobre isso.

Celso Orth  — *Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica
Orth - Rio Grande do Sul - Brasil.

Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com