O JornalDentistry em 2018-10-08
A Neodent celebra este ano o seu 12º aniversário em Portugal. Está a preparar um dos maiores lançamentos de sempre: o sistema de implantes Grand Morse, que promete revolucionar a medicina dentária. Matthias Schupp, CEO da Neodent, e o Dr. Geninho Thomé, Board & Scientific president, analisam a prestação da empresa nos últimos anos e desvendam as inovações agendadas para breve
Mathias Schupp, CEO da Neodent.
O JornalDentistry – A Neodent tem uma presença de 12 anos em Portugal com resultados positivos. O que considera ter sido fundamental neste percurso para o alcance destes resultados?
Matthias Schupp – A Neodent tem apostado em inova- ção, tecnologia, pesquisa e desenvolvimento para consoli- dar a marca a nível mundial, e em Portugal não foi diferen- te. Portugal foi a nossa primeira subsidiária internacional e desde então conseguimos alcançar resultados positivos. O lançamento do Grand Morse no nosso mercado contribuirá para esse êxito, uma vez que já tem sucesso comprovado ao ter entrado em 34 países depois de apenas um ano de presença no mercado.
O JornalDentistry – Que expetativas deveremos ter relativamente à relevância da marca nos próximos anos?
Matthias Schupp –Já somos referência no continente americano e estamos a apostar na força do mercado europeu para expandir o nosso market share em Portugal e na Europa, e levar as soluções diferenciadas da Neodent para todos os que precisam de um implante dentário de qualidade. Já somos reconhecidos mundialmente pela alta qualidade e inovação dos nossos produtos e estabelecemo-nos, cada vez mais, como uma marca global, que atende a todos.
O JornalDentistry – Que projetos está a Neodent a preparar para os próximos tempos?
Matthias Schupp – Os investimentos continuam a todo vapor. Já foram investidos 30 milhões de euros na expansão da nossa fábrica, onde se inclui a compra de mais máquinas, e faremos mais um aporte ainda este ano para a construção de uma segun- da fábrica em Curitiba, no Brasil. Com a crescente procura internacional por produtos Neodent, estimamos que, até 2020, 40% das nossas vendas sejam exportações.
O JornalDentistry – Tendo em conta a revolução digital que vivemos, como prevê que venha a ser a implantologia daqui a 10 anos?
Matthias Schupp – Com o avanço da tecnologia, novos recursos surgem dia- riamente e todos os mercados são afetados. Vemos isso quando consideramos que procedimentos complexos e até mesmo incómodos nos consultórios se estão a tornar proble- mas do passado. Em 2009, menos de 20% dos produtos de implantologia eram digitais. No ano passado, já representa- vam 70%. A previsão para 2019 é que aumentem para 85%. Com a implantologia dentária não é diferente. Em 2017 lançámos a Unidade de Negócios Digitais da Neodent. O nosso foco foi divulgar o fluxo digital, que traz as maiores inovações em soluções para a utilização de scanners intraorais e softwares para os médicos dentistas planearem as cirurgias com implantes.
O JornalDentistry – A Neodent está a lançar o Grand Morse. Quais as principais caraterísticas (cirúrgicas e protéticas) que destaca nesta linha?
Dr. Geninho Thomé – Estamos muito felizes por estar em Portugal em outubro para demonstrar os grandes benefí- cios da linha Grand Morse. Em todas as cidades que estive- mos, no Brasil e no exterior, há um consenso de que o Grand Morse veio resolver todas as dificuldades que tínhamos com o Cone Morse. O sistema Grand Morse tem uma finalidade muito objetiva, que é reduzir o número de modelos de implantes. Com o implante Helix, o grande lançamento desta nova linha, é possível trabalhar com apenas um modelo de implante para diferentes densidades ósseas, procurando sempre obter estabilidade primária para se aplicar carga imediata. É um desenho de implante bastante inovador, por- que pode ser utilizado em diferentes condições anatómicas, alterando apenas a técnica cirúrgica O sistema Grand Morse tem uma finalidade muito objetiva, que é reduzir o número de modelos de implantes. Com o implante Helix, o gran- de lançamento desta nova linha, é possível trabalhar com apenas um modelo de implante para diferentes densida- des ósseas, procurando sempre obter estabilidade primária para se aplicar carga imediata. É um desenho de implante bastante inovador, porque pode ser utilizado em diferentes condições anatómicas, alterando apenas a técnica cirúrgica – para isso, o kit possui as brocas utilizadas para osso tipo I e tipo II e as brocas para subinstrumentação para osso de bai- xa densidade. O Grand Morse é um sistema completo, com soluções protéticas muito mais simplificadas em relação às do Cone Morse. A substituição do pilar protético também é muito mais prática, uma vez que pode ser auto-removível pelo desaperto do parafuso.
O JornalDentistry – Quais vetores que considera essenciais para o sucesso a longo prazo de uma reabilitação oral com implantes?
Dr. Geninho Thomé – É muito importante pensar na longevidade da reabilitação dos nossos pacientes. A esperança média de vida tem aumentado e, além disso, os pacientes necessitam, e pro- curam, tratamentos com implantes com uma idade cada vez mais jovem. Vamos pensar no paciente que tem um implante colocado hoje entre dentes naturais: futuramente pode perder esses dentes e o implante deverá oferecer condições para novos tipos de reabilitação, podendo ser unido a novos implantes através de uma prótese fixa, por exemplo.
Por isso, temos que ter preocupação com a biomecânica, selecionando o diâmetro e comprimento ideais do implante que será utilizado. É muito importante também a qua- lidade do material de fabrico do implante e o tratamento de superfície, que promove uma mudança na relação da superfície do implante com o osso, acelerando o processo de osteointegração e de manutenção do osso em contacto com a superfície do implante. Relacionado com a perda óssea por peri-implantite, ou pela presença de gap nos implantes convencionais (como Hexágono Externo), percebemos também uma melhoria neste novo sistema de implantes.
A remodelação do osso à volta do implante na parte cer- vical é muito menor quando se trata do Cone Morse, comparado com o hexágono externo. Já no Grand Morse, o gap que fica entre a parte interna do implante e o pilar protético é bastante reduzido e não há formação de biofilme, de uma placa bacteriana patogénica que cause um processo inflamatório a ponto de causar reabsorção óssea. É importante também ter bastante cuidado com a oclusão pois pode provocar um aumento de sobrecarga no implante, podendo ocorrer fratura (do implante ou pilar protético). Deve haver ainda o acompanhamento periódico com o médico dentista, para que se possa informar sobre os cuidados de higiene oral que o paciente deve ter e também para verificar qual- quer início de complicações peri-implantares.
O JornalDentistry – O Helix Grand Morse é um implante que promete revolucionar o mercado. O que nos pode dizer acerca da “biologia” do desenho deste implante?
Dr. Geninho Thomé – O Helix Grand Morse é um implante que resiste cerca de 40% mais às cargas em relação ao Cone Morse. Além disso, temos facilidade na colocação do implante: a técnica é muito mais versátil, o que dá uma segurança muito maior ao implantologista na sua utilização. Relacionado com a biologia, o desenho do implante fornece-nos uma segurança maior porque a remodelação do osso na porção cervical do implante é bastante reduzida e, muitas vezes, até ausente, graças à qualidade de todo o processo e controlo de qualidade durante a produção do implante, o que leva à redução significativa do tamanho do gap. Não há perda óssea e, consequentemente, mantém-se uma margem de segurança de tecido mole em volta do implante, o que beneficia a estética.
O JornalDentistry – Que conselhos advindos da sua experiência clínica pode deixar aos médicos dentistas acerca deste novo sistema?
Dr. Geninho Thomé – O conselho que eu deixo é que conheçam os benefícios deste novo sistema. É um sistema totalmente revolucionário, com um kit específico, com brocas que fazem a sobre-instrumentação em osso com densidade alta, permitindo que se estabilize o implante sem torques excessivos, mesmo para carga imediata. É um implante que pode ser utilizado em cirurgia guiada e em técnica de colocação de quatro implantes para próteses totais tipo protocolo, para maxila ou mandíbula. Os seus componentes protéticos também são inovadores, como, por exemplo, o sistema de clique para coroas provisórias, não havendo necessidade de cimentação. Após a extração, quando se cimenta uma coroa, nor- malmente esse cimento desloca-se para dentro do alvéolo.
Com a ausência de cimento na fase inicial de cicatrização, até haver o selamento biológico dos tecidos moles, temos uma melhoria muito grande. A linha Grand Morse traz um benefício muito grande para nós, implantologistas, pela simplicidade e versatilidade da técnica, e pela possibilidade de se ter um desenho de implante para a maioria das reabilitações. O feedback tem sido muito positivo em todos os lugares.
Dr. Geninho Thomé, Board & Scientific president.
Artigo publicado nem edição de setembro de 2018 do “O JornalDentistry" na versão Impressa e Digital