O JornalDentistry em 2022-7-07
A nossa memória recente costuma desvalorizar rapidamente situações desconfortáveis que aparecem na nossa vida. Não escrevo aqui sobre pontos traumáticos, pois estes podem perpetuar-se na nossa mente.
Assim que a pandemia começou, com temores e inse- guranças, partimos em busca de alternativas, mesmo sem vislumbrar grande possibilidades. Afinal, estávamos paralisados.
As coisas foram acontecendo de uma forma incontrolável, por caminhos desconhecidos.
A preocupação gerou ansiedade e começamos a assis- tir a várias situações inéditas. Nunca se viu, nesta era de plataformas digitais, tantas ofertas de soluções milagrosas. A venda de cursos online, fazendo apologia ao sucesso e decompondo estigmas que nos afligiam anteriormente, como se isso fosse possível e realizável somente com a teo- ria que era proposta.
As redes sociais cresceram exponencialmente por causa da presença de milhões de pessoas que estavam ansiosas em casa. Quem não estava preparado para a pandemia, ou melhor, para os imprevistos que surgem ao longo da vida, ficou aflito. Se as coisas já não estavam bem financeira- mente, pioraram. Os endividados cresceram em número e montante.
Passados dois anos, raciocinando com mais lógica e menos comoção, estamos a tentar voltar à normalidade. Neste momento deveríamos usar a impreparação anterior, o susto e o medo, para corrigir todas as etapas que foram bruscamente alteradas.
Não podemos navegar com a bússola do passado. Os pontos cardeais não mudaram, mas as pessoas que habitam entre eles mudaram drasticamente.
Hoje são mais informadas, inquisitivas, exigentes e desenvolveram uma relação mais estreita com a tecnologia.
Por todo o lado ouvem-se reclamações de que tudo está mais difícil, além da inflação, os lucros e a procura dimi- nuíram. Se continuarmos a agir do mesmo modo, como fazíamos antes do tempo obscuro que enfrentámos, as reclamações poderão aumentar e muito.
É necessária uma remodelação, com processos claros, com uma visão equilibrada e isenta. Precisamos de entender que podemos ter uma procura menor, trabalhar menos, diminuir as receitas, mas que conseguiremos manter a rentabilidade se tivermos uma organização mais racional. É importante diminuir custos desnecessários e otimizar as relações que promovem novos mercados. A compreensão e a dedicação às pessoas são também fulcrais pois elas são o verdadeiro motor das nossas atividades profissionais.
Enfim, um novo tempo que é preciso percorrer com conhecimento e sabedoria
Autor: Celso Orth — *Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil. Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com