O JornalDentistry em 2017-6-05

TENDÊNCIAS

Tudo bem com o ambiente de trabalho?

Há quem sinta alguma dificuldade em separar o cenário do ambiente. Confundem inúmeras vezes apresentação, decoração e tecnologia, entre outros aspetos, com ambiente de trabalho

Ter um local privilegiado, com todos os atributos de um design atraente, é uma situação invejada dentro do mercado da medicina dentária. Poder proporcionar conforto em todos os sentidos ao paciente, confere destaque à clínica e consequentemente ao profissional.
Uma fachada sumptuosa, uma receção sofisticada, mobiliário de encher os olhos, salas impecáveis. Tudo isso impressiona muito positivamente. Mas não é tudo! Aliás, muito pouco se não for bem usado. Ambiente de trabalho é, em primeiro lugar, onde atuamos no dia-a-dia, nós e a nossa equipa. Espaços comuns compartilhados que possam estimular-nos a produzir com qualidade, onde a dignidade das pessoas é respeitada, onde não deve haver discriminação e sim a compreensão das diferenças. Um lugar em que existam oportunidades de crescimento pessoal e profissional, onde impere a cordialidade e a cooperação, essenciais para uma equipa de alta performance, desejo de qualquer empreendedor. O que se pretende chamar a atenção é o cuidado que deve existir no ambiente de trabalho. Vários são os trabalhos publicados, tendo por base um ambiente agradável, que mostram uma melhoria no desempenho da equipa, outros no engagement, outros ainda apontam menos riscos para a saúde, e assim por diante. Não estamos a falar somente do ambiente físico e sim, principalmente, do ambiente social interno onde as relações interpessoais podem ser de tal forma ampliadas que provocam sensações de efetivo bem-estar.
A motivação passa a ser o resultado e não a meta. O comportamento responsável passa a ser paradigma e não imposição normativa. Como podemos melhorar o nosso ambiente de trabalho? Não há uma receita. Aqui, novamente, precisamos avaliar as circunstâncias em que vive o profissional, o seu meio, o seu mercado, a sua equipa, enfim, onde está inserido. Após esta avaliação, que deve ser feita por cada um, temos a possibilidade de sugerir algumas dicas que, de alguma forma, desde que adaptadas, possam surtir efeitos imediatos. Costumo dizer que andamos um pouco, ou muito, na contramão do marketing, já que não colocamos o paciente em primeiro lugar. O primeiro lugar pertence às pessoas que trabalham connosco. O foco não é no cliente e sim na equipa. Controverso, diriam alguns, inaceitável, outros. Mas, inúmeros diriam: correto. Afinal é lógico, parece até óbvio, que se tratarmos bem a equipa com certeza esta mesma equipa vai tratar muito bem os pacientes. Trata bem a sua equipa? Preocupa-se em ajudar a solucionar os problemas da vida pessoal de cada um ou isso não interessa, pois a clínica deve estar em primeiro lugar? A remuneração é sufi- ciente para que tenha uma vida digna e desafogada?
Dica: estabeleça um programa de benefícios para os membros da equipa. Comece a implementá-lo devagar e, de certeza, que os reflexos positivos serão imediatamente percebidos. Muitos destes benefícios têm um custo baixo, em comparação com os resultados que são conseguidos. Invista nas pessoas que trabalham consigo para que elas permaneçam ao longo do tempo. A longevidade é um sonho possível, que proporciona um ganho extraordinário para a clínica, estabelecendo relações duradouras entre profissionais e clientes.
Evite a contratação de profissionais temporários, pessoas que querem trabalhar simplesmente para compor um orça- mento, sem perspetivas de permanência mais longas. Invista também nas instalações que proporcionem conforto aos profissionais e não somente aos pacientes. Dificilmente uma fórmula que trate bem os profissionais da equipa corre o risco de falhar.
Finalmente, mantenha um protocolo de reuniões da equipa, semanal ou quinzenal, não com prazos maiores que isso. Reuniões compactas, em torno de 30 minutos, com horários pré-estabelecidos de início e final, que sejam cumpridos com disciplina. A pauta das reuniões deve estar pronta antes
da reunião começar, abrangente nos assuntos que envolvem o dia-a-dia da clínica. Estimule os participantes a promovê-las, deixando estabelecidos os nomes e as datas correspondentes. Dica para reunião: estimule as opiniões e os posicionamentos de todos os participantes. Observe quem se omite e quem realmente participa, pois dá uma visão interessante de com quem pode contar em momentos adversos ou em conflitos e até quem sugere inovações para melhorar o dia- -a-dia da clínica.

 

Autor: Dr. Celso Orth, Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil.

 

Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com

Artigo publicado na edição impressa e digital de maio do “O JornalDentistry”

Site:  www.jornaldentistry.pt
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Edição digital de maio:  www.jornaldentistry.pt/edicoes/ojd-40-maio-de-2017

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