O JornalDentistry em 2018-2-05
É costume, ao longo do tempo, que no final de ano as pessoas estabeleçam metas para o ano seguinte. É costume também que elas não se concretizem, pelo menos a maioria delas, e o novo ano segue no mesmo ritmo do anterior.
Na nossa clínica muitas vezes acontece o mesmo: planeamos mudanças para o próximo ano, novas estratégias, novos investimentos, que também acabam não acontecendo na intensidade desejada. O balanço na maioria das vezes é negativo, salvo raras exceções, e aquelas que deixa- mos de cumprir são reposicionadas novamente para o próximo ano, Control C + Control V.
Também na vida pessoal as metas podem ser exageradas e, às vezes, amplas e generalistas, sem método para pode- rem ser executadas. Sem datas marcadas com precisão, dificilmente serão atingidas.
Por exemplo: vou parar de fumar em 2018. Quando? Dia 01 de janeiro? Durante o ano pode ser até ao final do ano. Vou emagrecer em 2018. Qual o foco e método que vai ser utilizado? Quantos quilos pretendo perder e em quanto tempo? O exagero nestas metas pode desmotivar-nos, ao ponto de as acharmos inatingíveis. Vou emagrecer 10 kg num mês. Se não for impossível, pelo menos, vai ser agressivo e extremamente desconfortável.
O radicalismo pode suprimir a manutenção das metas quando estas são atingidas, e o efeito elástico será a consequência esperada. Vamos deter-nos na clínica de medicina dentária e analisar o que podemos mudar para melhorar. Não necessariamente num período compreendido por 365 dias, tampouco pela simbologia do ano novo.
Elaboramos algumas questões, estas podem indicar rumos ou caminhos, que necessariamente antecedem a consolidação de uma meta. As reflexões sobre as nossas rotinas profissionais, como estão encaixadas na nossa logística ope- racional, estão satisfatórias num nível que diminui o stress em quantidades insignificantes? As pessoas que estão connosco desempenham os seus papéis de tal forma, que nos nossos melhores projetos estarão sempre incluídas? As suas atuações são as desejadas em equipas de alta performance? O ambiente da nossa clínica é alegre, possui “alto astral”, a atmosfera manifesta acolhimento? A tecnologia de que dis- pomos é suficiente, ao ponto de os pacientes perceberem e comentarem positivamente?
O índice de satisfação dos nossos clientes tem aumentado. Isso é nítido ou é a nossa visão, particular, de quem olha de dentro para fora? O retorno dos pacientes para tratamentos de manutenção tem se mantido nos padrões por nós pretendidos? E os números de atração de novos clientes mantém-se num movimento linear, até exponencial às vezes, ou escasseia a cada ano que passa? As métricas financeiras estão equilibradas ao ponto de não nos deixarem endividados? Ao responder a estas indagações, poderemos ter uma imagem aproximada da estrutura em que estamos inseridos. Talvez nos remeta ao norte que estabelecemos em algum momento da nossa escalada profissional. Possivelmente previne-nos da obsolescência e mantém-nos contemporâneos.
O trabalho é importante demais, mas associado ao prazer de fazê-lo num lugar que nos estimula pelo ambiente
“alto astral”, com pessoas agradáveis e entusiasmadas ao nosso lado, talvez deixe de ser um compromisso diário e passe a ser um lugar de realizações interessantes e plenas. Que o ano de 2018 traga novos desafios, novas metas, mas que possamos aproveitar o percurso numa jornada rica em experiências interessantes, que contenham um significado maior e, por fim, que levem a um destino almejado. Reno- var sempre, estacionar jamais. Felicidades para todos e até à próxima.
Dr. Celso Orth - Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil.
Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com
Artigo publicado na edição digital e impressa do “O JornalDentistry” de janeiro de 2018