O JornalDentistry em 2020-12-03
Muitos têm sido os debates e entendimentos sobre o tema, impulsionados pela cátedra, pela ciência, pelo marketing e pelas finanças.
Não se pretende aqui dissecá-los um a um, nem seria a tribuna apropriada para tal. A intenção é apenas a de provocar reflexões sobre o tema.
Durante décadas a prevenção clínica perdeu espaço para outros procedimentos aparentemente mais especializados. Não se quer com isto dizer que estes não sejam
essenciais. São e continuarão a ser da maior importância no universo da saúde como um todo e na odontologia especificamente. O que não se compreende é que muitos profissionais deixem de falar sobre prevenção e os seus benefícios, escolhendo evitar o assunto o não lhe dar o devido valor. A consciência da prevenção cria-se através de uma estratégia de comunicação forte. O profissional tem de ter uma certa habilidade para saber enfatizar os hábitos a serem desenvolvidos pelos pacientes.
E assim abrem-se as cortinas:
O primeiro ato é o da autoconsciência. Se eu não acredito como posso convencer alguém?
O segundo ato coincide com as consultas iniciais. Este será o momento para comunicar e formatar como será conduzido o tratamento e o pós tratamento. É oportuno lembrar que depois será mais difícil influenciar os comportamentos dos pacientes. As consultas iniciais, conforme referimos em colunas anteriores, são essenciais para estabelecer processos de cuidados num espectro amplo dos nossos tratamentos.
O terceiro ato está intimamente ligado ao conjunto de dados coletados no ambiente anterior. Não se trata apenas dos dados médicos, tão importantes na comunicação à distância. Trata-se sim de dados mais aprofundados sobre as pessoas que nos procuram. As informações que passamos aos nossos pacientes têm de estar em linha com os seus conhecimentos. Pequenas recordações, perguntas e trocas de impressões permitem identificar os estilos de vida dos pacientes que determinam as ações e os cuidados que tomam.
O quarto ato assemelha-se a um software de gestão. Pressupõe uma forma inteligente de estruturar os dados que permite acesso rápido a todas as informações que julgamos necessárias para dar suporte ao nosso tratamento. Melhor que um registo manual, este software armazena toda uma riqueza de detalhes. Inclui-se aqui as radiografias, tomografias e fotos, todas digitais. Neste software devem estar registrados, além do prontuário, os prazos de retorno estipulados pelo profissional. Sendo alimentado com regularidade, poderemos ter relatórios precisos que serão de grande valia para a comunicação de revisões e controlos.
próprios e consolidados. Nada que não possa ser aprimorado. Analisem métricas que representam as percentagens bem-sucedidas de retorno. São importantes como ferramentas de avaliação das nossas dinâmicas e criam um melhor entendimento dos nossos processos e de seus resultados.
Muito poderíamos falar este assunto, faltaria espaço aqui, mas não posso deixar de destacar a pergunta do título: é viável?
Sem dúvida que é, em todos os aspetos, seja no financeiro, seja na criação de uma imagem de confiança e até
mesmo na avaliação da satisfação dos pacientes cos nossos serviços. Se continuam a voltar, até prova em contrário estão satisfeitos, confiam e estão dispostos a pagar pelo serviço.
Ao fecharem-se as cortinas, vamos passar a trabalhar conhecendo melhor os nossos pacientes. Vamos saber mais das suas visões em relação à prevenção. Vamos compreender um pouco mais como nos veem e valorizam.
Enfim, podem sempre surgir surpresas em todas as etapas.
Até a próxima
Autor: Dr. Celso Orth - Graduado em Medicina Dentária - UFRGS; MBA em Gestão Empresarial - Fundação Getulio Vargas; Educador Físico - IPARS; Membro Fundador da Academia Brasileira de Odontologia Estética; Membro Honorário da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética; Palestrante de Gestão na Prestação de Serviços na área da saúde; Reabilitador que trabalha em tempo integral na Clínica Orth - Rio Grande do Sul - Brasil. Para enviar questões e solicitar esclarecimentos: celsoantonioorth@gmail.com